
Edson Damas, vice-reitor da UERR. Foto: M3 Comunicação
O vice-reitor da Universidade Estadual de Roraima (UERR), Edson Damas, será o responsável por conduzir o processo interno de apuração relacionado à operação da Polícia Federal que investiga o suposto desvio de R$ 100 milhões em licitações da instituição.
A investigação foi deflagrada no início de abril e levou à abertura de um procedimento administrativo para apurar eventuais responsabilidades de servidores citados.
Em entrevista ao Papo M3 Realidades, Damas, que tem mais de 30 anos de experiência no Ministério Público, afirma estar preparado para conduzir o processo com rigor técnico e imparcialidade.
“Eu é que vou comandar esse processo interno, porque eu sou o vice. Esse processo de apuração interna será feito com a criação de comissões processantes”, explicou.
Com histórico de atuação em casos emblemáticos como o escândalo dos gafanhotos, nepotismo e outras investigações de grande repercussão em Roraima, Damas destacou que sua trajetória no Ministério Público será essencial para lidar com o momento delicado.
“São 30 anos de experiência. Eu trabalhei no caso da Codesaima, do Gafanhoto, casos contra várias autoridades. Estou, praticamente, em casa”, comentou. “
Ele ainda ressalta que essa experiência não facilita, mas dá discernimento, e tem muito claro na cabeça o que tem que ser feito.
Gestão reforça transparência com professores, servidores e alunos
Após a decisão do Conselho Universitário de instaurar o processo, o reitor da UERR, Cláudio Francisco, convocou uma reunião com a comunidade acadêmica no último dia 16 de abril, no auditório da universidade, para prestar esclarecimentos e garantir a transparência da gestão diante dos fatos.
“Ele convocou todos — professores, técnicos, alunos — para explicar o que estava acontecendo. Foi tudo feito de forma clara e democrática”, lembrou Damas.
Durante a reunião, o vice-reitor reforçou o compromisso com o devido processo legal. “Não podemos, em nenhum momento, pré-julgar. Todo mundo é inocente até que se prove o contrário”, enfatizou.
Segundo ele, muitos servidores sequer tinham conhecimento formal das acusações até a operação da PF e só agora poderão apresentar suas versões.
Damas garantiu que todos os envolvidos terão direito à ampla defesa e ao contraditório. “Vai ter comissão processante, vai ser garantida a defesa de cada um, a justificativa do que foi feito ou deixado de fazer, inclusive das omissões. Se for necessário, serão requeridas perícias, auditorias, tudo conforme a lei. Não podemos promover um linchamento moral das pessoas”, alertou.
Apesar da gravidade da situação, o vice-reitor reforçou que a universidade continuará funcionando normalmente, com atividades como o vestibular previstas para este fim de semana.
Por: M3 Comunicação