
Neil Villamizar foi eleito governador com 4.720 votos. Foto: Reprodução
A Venezuela realizou no último domingo (25) eleições para o recém-criado 24º estado do país, correspondente à região de Essequibo — território rico em petróleo e recursos minerais, disputado com a Guiana há mais de um século. O pleito ocorreu fora da área em litígio, em uma circunscrição com pouco mais de 21 mil eleitores no estado de Bolívar, próximo à fronteira.
Neil Villamizar, ex-comandante da Marinha e candidato do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), foi eleito governador com 4.720 votos, cerca de 32% do eleitorado. Também foram escolhidos oito deputados regionais.
“Ele terá total apoio ao seu trabalho, porque o povo de Essequibo o escolheu, para que o povo de Essequibo tenha todos os direitos como povo da Venezuela”, afirmou o presidente Nicolás Maduro, em comício após a divulgação dos resultados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
A eleição foi classificada como uma “ameaça” pelo governo da Guiana. O presidente Irfaan Ali afirmou que a votação faz parte da “propaganda” do chavismo. O país vizinho recorre à Corte Internacional de Justiça para ratificar os limites definidos em 1899, enquanto Caracas se apoia no Acordo de Genebra, de 1966, que previa uma solução negociada.
Villamizar, que apareceu diversas vezes fardado durante a campanha, votou em El Dorado e classificou o processo como mais um passo para a “soberania total” do território.
“Estamos focados nessa tarefa: alcançar, por meios pacíficos, através dos meios estabelecidos nas Convenções de Genebra, a recuperação da plena soberania em Essequibo, em paz, com harmonia, praticando a diplomacia”, declarou à AFP.
Seu adversário, Alexis Duarte, também defendeu a causa venezuelana: “A Guiana é uma invasora profissional. Pretende tirar Essequibo de nós porque tem o apoio de algumas corporações transnacionais e de alguns países poderosos.”
A disputa territorial ganhou novo fôlego em 2015, após a descoberta de campos de petróleo pela ExxonMobil. Maduro voltou a criticar o presidente guianense:
“Irfaan Ali, presidente da Guiana e funcionário da ExxonMobil, mais cedo ou mais tarde terá que se sentar comigo e aceitar a soberania venezuelana.”
Fonte: UOL
Por: M3 Comunicação