
O faturamento saltou de R$ 5 bilhões para R$ 67 bilhões, segundo a terceira edição do Dashboard de Comércio Eletrônico Nacional. Foto: Reprodução
As vendas online de micro e pequenas empresas (MPEs) no Brasil dispararam nos últimos cinco anos, com crescimento de quase 1.200% entre 2019 e 2024. O faturamento saltou de R$ 5 bilhões para R$ 67 bilhões, segundo a terceira edição do Dashboard de Comércio Eletrônico Nacional, divulgado nesta terça-feira (25) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com dados da Receita Federal.
Pela primeira vez, o painel inclui recortes específicos sobre o desempenho de empresas do Simples Nacional nas vendas pela internet.
Empresas de médio e grande porte também ampliaram significativamente suas vendas online, embora em menor proporção: passaram de R$ 49 bilhões para R$ 158 bilhões, um aumento de 220% no mesmo período.
Pandemia e recuperação econômica impulsionaram e-commerce
O secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, destacou o papel da pandemia de Covid-19 e da posterior recuperação econômica no avanço do setor.
“De um lado, esses números refletem as novas dinâmicas do mercado; de outro, o ritmo crescente de expansão da economia brasileira de 2023 para cá, muito acima daquilo que todos os analistas esperavam”, afirmou.
Ele também mencionou os dados de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e da geração de emprego nos dois primeiros anos do governo Lula.
“Quando o presidente Lula assumiu o governo, a expectativa era de 1,6% de crescimento, mas o PIB cresceu 3,2%. Em 2024, esperava-se 0,9%, e o crescimento foi de 3,4%. A taxa de desemprego caiu para a mínima histórica de 6,6%, com aumento da massa de rendimento.”
Entre 2022 e 2024, o e-commerce cresceu 28,7% no geral e 76,3% entre as MPEs.
Moreira atribuiu os resultados positivos a políticas públicas de estímulo à economia, como o Novo PAC, a Nova Indústria Brasil (NIB) e o Plano de Transformação Ecológica.
“Crescimento não cai do céu. Ele é resultado de uma política econômica acertada e de ações de desenvolvimento. A valorização do salário mínimo e a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil também impulsionam as vendas”, disse.
“Quando você tem crescimento e distribuição de renda, fortalece o poder de compra dos trabalhadores”, completou.
Comércio eletrônico movimentou R$ 225 bilhões em 2024
O comércio eletrônico com emissão de nota fiscal movimentou R$ 225 bilhões em 2024, alta de 14,6% em relação a 2023 e de 311% nos últimos cinco anos. Desde o início da série histórica, em 2016, já foram negociados R$ 1 trilhão em vendas online no Brasil.
Entre os produtos mais vendidos em 2024 no comércio eletrônico brasileiro estão:
- Aparelhos de telefonia celular (4,1% do total)
- Livros (3,3%)
- Refrigeradores (2,6%)
- Televisores (2,2%)
- Complementos alimentares (2,1%)
- Máquinas digitais para processamento de dados (2,0%)
No caso específico das MPEs, o ranking é diferente. As obras de plástico lideram com 2,7%, seguidas por:
- Complementos alimentares (2,1%)
- Livros (1,6%)
- Peças de motocicletas (1,3%)
- Calçados (1,2%)
- Preparações capilares (1,1%)
- Utensílios de cozinha (0,9%)
Sudeste concentra maioria das vendas e compras online
O levantamento também destaca um forte recorte regional nas vendas e nas compras pela internet:
- Sudeste lidera com 77,2% das vendas online realizadas em 2024.
- Em seguida, vêm: Sul (14,1%), Nordeste (5,5%), Centro-Oeste (2,5%) e Norte (0,6%).
Na ponta compradora, o Sudeste também aparece na frente, respondendo por 55,9% das compras online, seguido por Sul (16,6%), Nordeste (16,1%), Centro-Oeste (8%) e Norte (3,4%).
Produtos regionais ganham destaque nas MPEs
O painel também mostra produtos característicos de algumas regiões que se destacaram nas vendas online feitas por empresas do Simples Nacional. Exemplos:
- Rio Grande do Sul: vinhos
- Goiás: acessórios para tratores
- Minas Gerais: calçados
- Pará: purê de açaí
- Alagoas: frutas
Fonte: Agência Gov
Por: M3 Comunicação