União Brasil e PP anunciam que filiados devem deixar cargos no governo Lula

Última modificação em 3 de setembro de 2025 às 09:33

A federação formada por União Brasil e Progressistas (PP) decidiu que os filiados das duas siglas devem deixar seus cargos na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O anúncio foi feito nesta terça-feira (2) pelos presidentes das legendas: Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP-PI).

A medida foi formalizada após conversas diretas com os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte), que integram o governo como representantes das siglas. Apesar de resistirem à ideia de deixar os cargos, ambos foram informados de que a permanência resultaria em expulsão partidária.

Segundo Rueda, o prazo para a saída “é hoje”. Já Ciro Nogueira afirmou que a decisão final dependerá do “bom senso” de cada ministro.

Mesmo com a orientação de saída, dois nomes devem ser poupados: Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações). Embora ocupem postos ligados à cota do União Brasil, ambos não são filiados e contam com o respaldo do senador Davi Alcolumbre (União-AP).

A situação do presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, ligado ao deputado Arthur Lira (PP-AL), não foi comentada pelos líderes partidários.

A decisão de romper com o governo ocorre em meio a um agravamento da relação entre Lula e os dirigentes das duas siglas. Em uma reunião ministerial recente, o presidente criticou Antonio Rueda, afirmando que ele não gosta do governo — e que o sentimento seria recíproco. Rueda respondeu com nota pública, destacando a independência da legenda e reforçando que o União Brasil “não se submete ao governo”.

Além disso, Rueda e Nogueira também se reuniram com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para alinhar estratégias. Um dos pontos acordados foi o apoio público de PP e União a propostas que visam conceder anistia a condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Leia o comunicado na íntegra

“Comunicado da Federação União Progressista

Informamos a todos os detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal.

Em caso de descumprimento desta determinação, se dirigentes desta Federação em seus estados, haverá o afastamento em ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no Estatuto.

Esta decisão representa um gesto de clareza e de coerência. É isso que o povo brasileiro e os eleitores exigem de seus representantes.

Brasília, 02 de setembro de 2025″

Fonte: G1

Por: M3 Comunicação