
CNA mapeia regiões mais vulneráveis e economista prevê risco de perda de mercado e desperdício de produtos perecíveis. Foto: Reprodução
Última modificação em 12 de agosto de 2025 às 09:16
A nova tarifa de até 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros preocupa o setor frutícola nacional, especialmente estados que lideram as exportações. O impacto da medida foi tema central de uma reunião extraordinária da Comissão Nacional de Fruticultura, promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Entre os mais expostos ao chamado “tarifaço americano” estão:
- Bahia – responsável por 83% das exportações de manga e 74% do cacau;
- Pernambuco – líder nas exportações de uva (77%);
- Espírito Santo – domina o mercado externo de mamão (99%);
- Ceará – concentra 54% da melancia e 78% do melão exportado pelo Brasil.
Esses estados, além de São Paulo e Minas Gerais, que também atuam fortemente na exportação de cacau, podem sofrer com quedas nas vendas externas, prejudicando produtores e ampliando riscos para a safra atual.
Durante a reunião, o diretor técnico adjunto da CNA, Maciel Silva, destacou a urgência de reforçar a defesa comercial do setor agrícola brasileiro frente à Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 dos EUA, base legal para a imposição das tarifas. Ele também defendeu o mapeamento das frutas e regiões mais afetadas, como ferramenta estratégica para negociações comerciais bilaterais.
Risco de sobreoferta no mercado interno
O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, alerta para os efeitos internos caso as exportações para os EUA sejam reduzidas:
“Alguns produtos, como frutas, têm remanejamento difícil devido a barreiras sanitárias ou logísticas. Isso pode gerar sobreoferta no mercado interno, com risco de perdas se não houver destino rápido para o excedente”, afirmou.
A medida adotada pelos EUA é vista como parte de um movimento mais amplo de retaliação comercial, e pode exigir resposta diplomática e técnica urgente para evitar prejuízos ao agronegócio brasileiro, especialmente no Nordeste e Sudeste, regiões mais afetadas.
Fonte: Brasil 61
Por: M3 Comunicação