
Ex-presidente e mais sete aliados são réus em ação de trama golpista. Foto: Reprodução
Última modificação em 1 de setembro de 2025 às 09:43
O Supremo Tribunal Federal (STF) começa nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022. O caso será analisado pela Primeira Turma da Corte, formada pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
O processo terá cinco sessões, agendadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. A Turma decidirá se os réus serão condenados ou absolvidos, conforme prevê o regimento interno do STF para ações penais.
Etapas do julgamento:
- Leitura do Relatório
O julgamento se inicia com a leitura do relatório elaborado pelo ministro Alexandre de Moraes. O documento resume os principais fatos do processo, desde a investigação até as acusações formais feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Não há tempo limite para esta etapa. - Acusação
Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para apresentar os argumentos da acusação e defender a condenação dos acusados. - Defesas
Após a fala da PGR, os advogados dos réus se manifestam. Cada defesa terá até uma hora. A primeira a falar será a do tenente-coronel Mauro Cid, por ter firmado acordo de delação premiada. Os demais seguem ordem alfabética, prática adotada pelo ministro Moraes, embora não esteja formalizada no regimento. - Votação
Concluídas as sustentações orais, o relator Alexandre de Moraes dará o primeiro voto. Se decidir pela condenação, também sugerirá as penas. Em seguida, votam os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Cada ministro pode apenas acompanhar ou apresentar voto fundamentado.
Há expectativa de que Bolsonaro seja condenado, embora possam haver divergências entre os ministros quanto à dosimetria das penas.
Quem são os réus:
Os oito acusados fazem parte do chamado “núcleo 1” da trama golpista, segundo a PGR:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
- Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice em 2022
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa
Eles são acusados pelos crimes de:
- Tentativa de golpe de Estado
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Organização criminosa armada
- Dano qualificado ao patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado
Alexandre Ramagem responde a menos acusações, pois a Câmara dos Deputados suspendeu duas denúncias. Ele será julgado por três crimes: golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.
Fonte: CNN Brasil
Por: M3 Comunicação