
O resultado contrasta com o desempenho do país, que registrou variação positiva de 0,4% no mesmo período. Foto: ALE -RR
Última modificação em 20 de outubro de 2025 às 10:10
Roraima registrou retração de 2,1% no volume de vendas do comércio varejista em agosto de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE. O desempenho vai na contramão do cenário nacional, que teve alta de 0,4% e completou cinco meses seguidos de crescimento.
A queda coloca o estado entre os piores resultados da Região Norte. Enquanto o Acre avançou 3,2% e o Amazonas teve recuo mais suave, de 1,3%, Roraima apresentou uma das maiores retrações do país dentro do período analisado.
Fatores que influenciaram o recuo
Segundo o IBGE, a redução reflete um quadro de desaceleração do consumo interno, provocado por fatores como:
- encarecimento de bens duráveis e importados;
- aumento de combustíveis e fretes;
- perda de poder de compra das famílias;
- menor diversificação comercial em relação a outros estados.
Cenário nacional
Em âmbito nacional, a média móvel trimestral do varejo ficou estável (0,0%) no trimestre encerrado em agosto, após queda de 0,2% no mês anterior — sinalizando uma recuperação lenta e desigual entre as regiões.
No varejo ampliado — que inclui veículos, motos, materiais de construção e atacado alimentício — houve crescimento de 0,9% em agosto ante julho. Ainda assim, o acumulado do ano permanece negativo (-0,4%).
Os setores com melhor desempenho no país foram:
- equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (+4,9%);
- tecidos, vestuário e calçados (+1,0%);
- artigos farmacêuticos e perfumaria (+0,7%).
Já combustíveis (-0,6%) e livros e papelaria (-2,1%) puxaram parte dos resultados para baixo — justamente segmentos relevantes para estados com economia menos diversificada, como Roraima.
Perspectivas
Apesar da retração, o levantamento não aponta reversão estrutural no varejo roraimense, mas um período de consumo mais cauteloso. Especialistas avaliam que a retomada depende de estímulos regionais, especialmente aqueles voltados ao aumento do poder de compra e à dinamização do setor de serviços.
No acumulado dos últimos 12 meses, o varejo nacional avançou 2,2%, mas a melhora ainda não se distribui de forma uniforme entre os estados.