
O volume coloca o estado na segunda posição nacional em área afetada por incêndios. Foto: Reprodução
Última modificação em 22 de agosto de 2025 às 11:18
Entre janeiro e julho de 2025, o estado de Roraima registrou 426,6 mil hectares queimados, segundo dados do Monitor do Fogo, do projeto MapBiomas. O volume coloca o estado na segunda posição nacional em área afetada por incêndios, atrás apenas do Tocantins (467 mil ha) e à frente do Maranhão (329,7 mil ha). Juntos, os três estados concentraram 50% de toda a área queimada no país no período.
No recorte municipal, Pacaraima e Normandia, ambos em Roraima, aparecem com os maiores índices de área queimada no país, somando, respectivamente, 122,8 mil e 122 mil hectares destruídos pelo fogo.
Apesar dos dados elevados, Roraima aparece apenas na 12ª posição em número de focos de calor registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no mesmo período, entre 1º de janeiro e 14 de agosto de 2025.
Essa diferença ocorre por causa da metodologia distinta dos dois sistemas. O Inpe capta focos de incêndio em tempo real via satélites — útil para ações de combate imediato —, enquanto o MapBiomas analisa o que já foi queimado, permitindo mensurar o impacto ambiental e a extensão da degradação da vegetação.
Cenário nacional: queda histórica em julho
O mês de julho de 2025 registrou 748 mil hectares queimados em todo o Brasil — o menor índice para o mês desde o início da série histórica, em 2019. O número representa uma queda de 40% em relação a julho de 2024, o equivalente a 510 mil hectares a menos.
Desse total, 76,5% das áreas afetadas eram de vegetação nativa, com maior impacto sobre formações savânicas (36%). Nas terras voltadas à agropecuária, pastagens foram as mais atingidas, representando 14,3%.
Cerrado concentra a maior parte das queimadas
O bioma Cerrado liderou com 571 mil hectares queimados em julho, o que corresponde a 76% do total nacional. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, a redução foi de 16%. A Amazônia vem em seguida, com 143 mil hectares, uma queda de 65%.
Entre os estados, os maiores registros em julho foram em:
- Tocantins: 203 mil ha
- Mato Grosso: 126 mil ha
- Maranhão: 121 mil ha
Entre os municípios mais afetados — todos localizados no Cerrado — destacam-se Lagoa da Confusão (TO), Mirador (MA) e Formoso do Araguaia (TO).
Acumulado de 2025: redução significativa em relação a 2024
No acumulado de janeiro a julho de 2025, o Brasil totalizou 2,45 milhões de hectares queimados, o que representa uma redução de 59% em comparação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 6,09 milhões de hectares.
A vegetação nativa respondeu por 75% da área total queimada, sendo as formações campestres as mais afetadas (28,5%). Já em áreas agropecuárias, as pastagens foram as principais vítimas do fogo, com 358 mil hectares destruídos.
O Cerrado concentrou a maior parte da área queimada no país, com 1,2 milhão de hectares. A Amazônia, por sua vez, registrou 1,1 milhão de hectares, o menor volume desde 2019, com uma queda de 70% em relação a 2024.
Outros biomas: Pantanal registra queda recorde
Nos demais biomas, o comportamento do fogo foi variado:
- Pantanal: 13 mil hectares queimados (-97% em relação a 2024)
- Mata Atlântica: 61 mil ha, com predominância em áreas agropecuárias
- Pampa: 9,3 mil ha, majoritariamente de vegetação nativa
- Caatinga: 31 mil ha, com aumento de 54% frente a 2024, sobretudo em formações savânicas
Fonte: MapBiomas
Por: M3 Comunicação