
15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Cantá, Bonfim e Boa Vista. Foto: Divulgação/ PF
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira, 10, mais uma fase da Operação Ataktos, com objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudar o Benefício Assistencial à Pessoa Idosa (BPC-Loas), destinado a venezuelanos em Roraima.
Estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Boa Vista, Bonfim e Cantá, atingindo 14 investigados, incluindo servidores públicos municipais atuantes em Centros de Referência de Assistência Social, servidores do INSS, um médico e um policial civil.
As investigações apontam para a existência de um suposto grupo criminoso que atuava na obtenção fraudulenta do benefício.
Como funcionava o esquema
As investigações se originaram do desmembramento de informações da Operação Ataktos, deflagrada em 2024, e de denúncias sobre beneficiários que não residiriam no Brasil. Foi identificada a atuação de diversos grupos criminosos, organizados e independentes, que então obtinham o benefício de forma fraudulenta.
Agenciadores cooptavam idosos venezuelanos ainda na Venezuela, falsificando documentos e cadastros governamentais para garantir o acesso ao BPC-Loas. Em seguida, muitos dos beneficiários retornavam à Venezuela, continuando a receber o benefício indevidamente. Por isso, segundo a PF, muitos dos beneficiários investigados sequer residiam no Brasil.
Primeira fase
No dia 24 de abril, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase. A chamada Operação Cessatio cumpriu 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista, assim como Pacaraima, atingindo oito investigados, incluindo sete escritórios de advocacia.
Na ocasião, a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens e valores dos investigados, totalizando cerca de R$ 16 milhões. E, assim, como na segunda fase da Operação Ataktos, também aplicou medidas cautelares, como a suspensão de atividades econômicas.
A Polícia Civil emitiu uma nota onde explicou que um dos investigados, um ex-delegado, não pertence aos quadros da instituição, nem como delegado em atividade nem como aposentado.
Conforme a Civil, ele exerceu a função de delegado de polícia. No entanto, foi demitido em 3 de julho de 2012, por decisão administrativa, após a conclusão do Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
Reforçou ainda que, desde então, o ex-delegado não possui qualquer vínculo com a Polícia Civil de Roraima.
Fonte: PF
Por: M3 Comunicação