
Última modificação em 23 de março de 2025 às 00:24
Já são 33 anos de serviço público e nesse tempo uma palavra define bem Noélia Alves: empatia. Sabe aquele sentimento de bem-estar em ajudar ao próximo?! Ela sempre teve isso. Aos 18 anos começou a vida como servidora pública como telefonista. E desde então se destacou.
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“Naquele primeiro momento, quando eu iniciei, eu fiz um diferencial na telefonia que foi desejar Feliz Natal para as pessoas”, conta. O que ela não imaginava é que a ação seria rapidamente notada pelos superiores. “Eu lembro que eu fui chamada no gabinete da professora Diva e eu fiquei muito apreensiva”, relembra. Longe de ser algo que foi reprovado, a ação foi elogiada.
Mas a ação é algo passado de geração em geração. Noélia relembra que esse cuidado com o próximo foi algo repassado pelo pai.
“Eu sempre tive essa premissa por causa do meu pai, porque ele sempre dizia que a gente deveria dar sempre o nosso melhor. Ele dizia assim: ‘Noelia, a gente só sabe a dor quando a gente passa por ela”, fala.
O trabalho que virou vocação
O que começou como apenas como um contrato temporário logo se tornou uma paixão e revelou a verdadeira vocação de Noélia: servir o público. Ela começou a cursar Recursos Humanos e conta que se encontrou no serviço público, principalmente pela oportunidade de ajudar o próximo.
“Eu me achei dentro do serviço público. Pela nascente da palavra ‘serviço público’, o ‘serviço’ é uma ação de servir, e ‘público’ é uma questão de coletividade e eu sempre gostei de servir”.

O compromisso em servir o próximo também vem do convívio familiar. Filha de pais analfabetos, Noélia sabia a importância de desburocratizar o serviço público para garantir que todos tivessem oportunidades iguais. Quando passou no primeiro concurso público, esse compromisso virou uma promessa:
“Eu fiz um juramento para mim mesma, que eu ia servir com excelência e eu não ia ter preguiça de atender as pessoas. E graças a Deus, isso faz parte da minha trajetória de vida.”
O trabalho na Secretaria de Ação Social da Prefeitura
Atualmente Noélia trabalha na Secretaria de Ação Social da Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV), responsável por administrar o Fundo Municipal de Assistência Social (FAMS) vinculado a um fundo nacional voltado para políticas públicas de assistência social. Na secretaria, Noélia atua diretamente com a primeira dama de Boa Vista, em ações voltadas ao público.
Noélia conta que fazer parte da equipe de assistência social do município é o coroamento de uma trajetória que começou há muitos anos atrás. Ao longo dessa trajetória, ela relembra o trabalho na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), quando trabalhou com indígenas Yanomami.
Durante o período em que esteve trabalhando junto à Funasa, Noélia várias vezes passou semanas no território indígena. “Eu ficava e ia nas aldeias indígenas. Eu conhecia o nosso estado, eu pegava avião teco-teco e por quê? Porque eu queria ver a realidade da minha equipe. E eu vou te falar uma coisa meia que é lindo o trabalho. É lindo o trabalho”, fala.
Os desafios e vitórias do serviço público
Mesmo em meio a uma profissão tão bonita, nem tudo são flores. Noélia conta que o funcionalismo público é sim marcado por desafios, mas ser mulher nunca foi um empecilho em sua trajetória. “Eu sempre assumi as chefias porque as pessoas diziam que eu tinha que pegar os cargos porque eu tinha competência, era responsável e as pessoas podiam contar”, relembra Noélia.
As pressões políticas e a responsabilidade de entregar um serviço de qualidade são pontos que também exigem dedicação. “Em qualquer lugar que você vá, em qualquer lugar que você esteja dentro do serviço público, a responsabilidade de entregar um serviço de qualidade, para mim é um desafio diário”, destaca.
E ao longo desses desafios, duas situações marcaram a vida de Noélia: a implementação de um método para purificar água em áreas de difícil acesso e comunidades indígenas e a atuação junto às comunidades em territórios indígenas durante a epidemia de H1N1.
“Para mim isso foi muito gratificante. Eu vi que dentro do serviço público você pode mudar a vida das pessoas”
O desafio de ser mãe
Além de servidora pública, Noélia foi mãe e criou as filhas em meio ao ambiente de trabalho. As meninas tinham pouca diferença de idade, apenas dois anos entre a mais velha e a mais nova. Em dias com maior quantidade de serviço, Noélia levava as filhas para o trabalho.

“Eu ia em casa, pegava a babá, levava para o gabinete e botava as coisinhas dela, levava a sopinha e elas ficavam brincando enquanto eu ficava no computador. Eu brincava lá um pouquinho, depois voltava para o computador”, conta Noélia e salienta que foi desafiador, mas com muita conversa e conciliação, conseguiu dar conta de tudo.
Fora do trabalho, o tempo era dedicado inteiramente às filhas. “Eu só fazia coisas em que elas estivessem envolvidas. Porque eu já me cobrava muito por ficar de manhã, de tarde e às vezes até o início da noite trabalhando”, relembra.
Missão cumprida
Fora do serviço público, o amor ao próximo continua. Mesmo quando não está no trabalho, Noélia ajuda o próximo: família, amigos, quem precisa. E se pudesse conversar com a jovem telefonista de 33 anos atrás, que se destacou desejando um Feliz Natal, ela sabe bem o que diria:
“Garota, parabéns! Veio muita trincheira e você foi uma soldado exemplar. Parabéns. Muito obrigada, orgulho de você. Você não se deixou levar, não se corrompeu nos seus princípios e parabéns pela sua trajetória”, conta Noélia, emocionada.
E mesmo após mais de três décadas, Noélia não faria nada diferente.
Por: M3 Comunicação
Noélia é uma Benção pra sociedade ❤️