Última modificação em 3 de março de 2025 às 19:25

Aos 25 anos, a programadora Daniele Pishinin, de São Paulo capital, decidiu que queria conhecer mais o Brasil de uma forma diferente. Fascinada por destinos pouco explorados, ela escolheu o Monte Roraima como seu próximo desafio.
“Comecei pelo Amazonas no ano passado e depois quis explorar outros lugares menos visitados. O Monte Roraima me chamou a atenção não só pela trilha, mas pela história e pela cultura dos povos nativos que guiam a expedição”, conta.
Preparação e desafios
Embora praticasse musculação há três anos, Daniele sentiu que não estava tão preparada quanto outros integrantes do grupo. “Minha turma tinha gente que já fez trilhas internacionais e até viagens de bicicleta entre estados. Mas eu sempre acreditei que se uma pessoa conseguiu, eu também conseguiria”.
A jornada de sete dias exigiu resiliência. Daniele e seu parceiro de caminhada, Aldo, decidiram não contratar carregadores, o que tornou a subida ainda mais desafiadora. “No terceiro dia, quando ganhamos 1.000 metros de altitude em apenas 5 km, os guias locais ofereceram ajuda. Foi um momento de dúvida, mas Aldo me disse: ‘Você consegue’. E eu segui em frente”.
O momento mais marcante

Para Daniele, um dos momentos mais emocionantes foi atravessar o Passo das Lágrimas, um trecho íngreme e desafiador perto do topo.
“Você olha para baixo e percebe que não pode pisar em falso. Além do medo, senti uma responsabilidade pelo grupo. Isso me deu forças para continuar”.
Ao chegar ao topo, a sensação foi indescritível. “Eu pensava: ‘Caraca, consegui!’. Você se pergunta o tempo todo se vai dar conta, e quando vê, está lá. A paisagem é incrível, mas o que realmente fez a diferença foi a energia dos guias e a conexão com a cultura indígena”.
Lições da montanha
Durante a expedição, os guias compartilharam ensinamentos sobre respeito à natureza e às crenças locais. “Aprendi que devemos sempre pedir permissão e agradecer ao coletar água ou atravessar certos pontos. Eles também falaram sobre a força da palavra e do pensamento positivo. Se acreditamos que podemos, realmente podemos”.
O impacto da experiência foi profundo. “Nunca somos os mesmos depois de algo assim. Voltei com mais coragem e uma nova perspectiva sobre a vida”, reflete Daniele.
Mulheres na montanha

Para mulheres que sonham em subir o Monte Roraima, Daniele tem um conselho: “Nunca estaremos 100% preparadas, mas isso não deve nos impedir. Com um ano de atividade física regular, é possível encarar o desafio. E se precisar de ajuda, tudo bem. Isso também fortalece a comunidade local”.
Seu próximo destino? “Quero conhecer os Lençóis Maranhenses, mas dessa vez sem trekking!”, brinca.
Neste Dia das Mulheres, a história de Daniele Pishinin inspira outras a desafiar limites e buscar suas próprias montanhas para escalar. Porque, como ela mesma diz: “Se uma pessoa conseguiu, eu sou capaz”.
Uau, que incrível! Parabéns pela determinação e coragem, fico muito feliz de ler relatos inspiradores como este.