
Relator do caso, Moraes defendeu a condenação de Bolsonaro por cinco crimes apontados pela PGR. Foto: Reprodução
Última modificação em 9 de setembro de 2025 às 16:14
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, votou nesta terça-feira (9) pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete aliados por participação em um plano golpista contra o resultado das eleições de 2022.
Relator do caso, Moraes defendeu a condenação de Bolsonaro por cinco crimes apontados pela PGR: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Segundo Moraes, Bolsonaro liderou uma organização criminosa que atuou entre julho de 2021 e 8 de janeiro de 2023 para impedir a posse do governo eleito e atacar o Judiciário, especialmente o STF e o TSE.
Além de Bolsonaro, Moraes votou pela condenação de:
- Alexandre Ramagem (deputado e ex-diretor da Abin),
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha),
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça),
- Augusto Heleno (ex-ministro do GSI),
- Mauro Cid (ex-ajudante de ordens),
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa),
- Braga Netto (ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice).
Em relação a Ramagem, o voto foi condicionado à autorização da Câmara, mas Moraes o apontou como integrante da organização criminosa.
Durante cinco horas de apresentação, o ministro detalhou o funcionamento do grupo e afirmou que Bolsonaro usou lives, reuniões e a estrutura do Estado para desacreditar o sistema eleitoral e tentar se manter no poder. Citou ainda a confissão do ex-presidente sobre reuniões com militares e a existência de uma minuta golpista impressa no Planalto.
Moraes classificou como “reunião golpista” um encontro ministerial em julho de 2022 e disse que os acampamentos em frente aos quartéis foram financiados como parte do plano. Ele também mencionou o “Plano Punhal Verde e Amarelo”, que previa assassinatos de Lula e Alckmin, como prova da gravidade dos atos.
“Estamos esquecendo que o Brasil quase voltou a uma ditadura de 20 anos porque uma organização criminosa liderada por Jair Bolsonaro não sabe perder eleições”, afirmou Moraes.
A Primeira Turma do STF agora ouvirá os votos de Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A condenação é confirmada com ao menos três votos. As penas serão definidas ao final do julgamento, previsto para terminar até sexta-feira (12).
Fonte: CNN Brasil
Por: M3 Comunicação