
Acidente aconteceu em outubro de 2023 e agora júri vai decidir sobre a culpa do réu. Foto: Arquivo Pessoal
Última modificação em 10 de outubro de 2025 às 09:27
O julgamento de Fernando Takao Marisihiqui Filho, de 25 anos, acusado de provocar um acidente que causou a morte de duas mulheres, foi agendado para o dia 22 de outubro. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (9) e passou à análise do Tribunal do Júri.
O julgamento ocorrerá no plenário da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Boa Vista, sob supervisão do juiz Breno Coutinho. Fernando está detido preventivamente desde outubro de 2023, quando o choque fatal ocorreu.
O acidente e as vítimas
O episódio remonta à madrugada de 28 de outubro de 2023, na avenida Ville Roy, zona Leste de Boa Vista. Na ocasião, Fernando, que era estudante de engenharia civil, conduzia um Chevrolet Camaro 2SS em alta velocidade, sob suspeita de embriaguez, quando colidiu com o veículo das vítimas — um Celta.
As vítimas fatídicas foram Ariane Real da Silva, de 31 anos e fisiculturista, que morreu instantaneamente, e Layse Sampaio da Conceição, que chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos no hospital.
Provas técnicas e testemunhais
Perícias indicaram que o Camaro trafegava a cerca de 130 km/h, mais do que o dobro do limite permitido de 60 km/h, e que a velocidade excessiva foi fator decisivo para a colisão.
Testemunhas afirmaram que o carro estava trafegando em altíssima velocidade e que Fernando apresentava sinais visíveis de embriaguez. Ele, no entanto, teria se recusado a se submeter ao teste do bafômetro.
O Ministério Público (MP) denunciou o réu por duplo homicídio qualificado e embriaguez ao volante, sustentando que Fernando assumiu o risco de matar ao dirigir nessas condições — figura jurídica conhecida como “dolo eventual”.
A defesa, em contrapartida, argumenta a tese de homicídio culposo, alegando que não houve intenção de causar o acidente. Segundo os advogados, Fernando teria tentado frear e desviar, ficou abalado ao tomar conhecimento das mortes, e que o outro veículo teria cruzado a via principal sem parar, o que teria contribuído para a tragédia.
Dolo eventual ou culpa consciente?
O juiz determinou que o julgamento será conduzido por um júri popular de sete jurados, que decidirá se o réu agiu com dolo eventual (quando assume o risco de matar) ou culpa consciente (sem intenção direta, mas com imprudência).
Também foi mantida a prisão preventiva de Fernando, sob o argumento de que as circunstâncias do crime demonstram risco à ordem pública e gravidade.
Além disso, o Tribunal autorizou que o irmão de Layse e a irmã de Ariane atuem como assistentes de acusação durante o processo.
Por: M3 Comunicação Integrada