
O Ibama identificou e está punindo 242 pessoas por conta desses grandes incêndios criminosos em 2024. Foto: Reprodução
Última modificação em 9 de maio de 2025 às 09:41
Os incêndios florestais que devastaram mais de 30 milhões de hectares no Brasil em 2024 foram, em grande medida, causados por atividades criminosas, conforme apontado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Jair Schmitt, revelou que a autarquia emitiu autuações contra centenas de pessoas devido aos grandes incêndios criminosos do ano passado.
“O Ibama identificou e está punindo 242 pessoas por conta desses grandes incêndios criminosos em 2024. Outros casos ainda estão sob análise. Esses 242 incluem multas e outras medidas administrativas que somam mais de R$ 460 milhões”, afirmou Schmitt, ao apresentar dados sobre o desmatamento e os incêndios nos primeiros meses de 2025.
O diretor acrescentou que o Ibama está tomando medidas preventivas para conter novos incêndios, identificando áreas de maior risco e notificando os proprietários.
“Estamos fazendo notificações eletrônicas e por edital para que os proprietários adotem medidas e saibam que o Ibama está monitorando essas áreas”, completou Schmitt. Além disso, a autarquia está ampliando a presença de equipes de patrulhamento nas regiões mais críticas.
Seca Extrema Agrava a Situação
De acordo com dados do MapBiomas, o volume de queimadas em 2024 foi 79% maior do que no ano anterior, devastando uma área equivalente ao tamanho da Itália. A seca extrema, especialmente na Região Norte, agravou ainda mais o quadro.
Técnicos do governo federal apontam que a grave seca, que afetou a Amazônia por dois anos consecutivos, foi impulsionada pelos efeitos das mudanças climáticas, o fenômeno El Niño e o aquecimento do Atlântico Norte, o que deixou a floresta ainda mais vulnerável.
“Foram dois anos seguidos de seca grave na Amazônia. Isso tem a ver com os efeitos das mudanças climáticas. O El Niño, com o aquecimento do Atlântico Norte, causou seca na Amazônia, e a floresta ficou mais vulnerável. Isso fez com que os incêndios fossem de magnitude muito maior”, explicou André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Indícios de Redução em 2025
Apesar das adversidades, dados preliminares de 2025 indicam uma redução significativa nos focos de calor. Entre janeiro e abril, os focos de calor na Amazônia diminuíram em até 70%, e no Pantanal, essa queda foi de mais de 90%, os dois biomas mais afetados nos últimos anos. No entanto, o secretário Lima alertou para o aumento dos focos de desmatamento, tanto na Amazônia quanto no Cerrado, em abril, o que preocupa as autoridades.
“Apesar da situação climática mais favorável, observamos um aumento nos focos de desmatamento no último mês de abril. Isso acendeu um alerta para a necessidade de medidas que revertam esse cenário e mantenham a tendência de redução nos indicadores acumulados”, concluiu Lima.
Fonte: Agência Brasil
Por: M3 Comunicação