
A alta está relacionada à circulação do vírus sincicial respiratório (VSR), que também apresenta crescimento no Amazonas, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Foto: Reprodução
Última modificação em 31 de julho de 2025 às 15:42
O mais recente boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (31/7) pela Fiocruz, aponta aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças em Roraima. A alta está relacionada à circulação do vírus sincicial respiratório (VSR), que também apresenta crescimento no Amazonas, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
Apesar da tendência geral de queda nas internações por vírus respiratórios no Brasil, o cenário nesses estados preocupa, especialmente pela concentração de casos em crianças de até dois anos.
Roraima em alerta
Roraima está entre os 20 estados com níveis de SRAG classificados como alerta, risco ou alto risco. Ainda que o estado não registre crescimento sustentado no longo prazo, como ocorre no Amazonas e Rio Grande do Norte, a manutenção de casos elevados em crianças indica necessidade de atenção por parte das autoridades de saúde.
Cenário nacional
No país, observa-se uma tendência de queda nos casos de SRAG em curto e longo prazo, refletindo a redução das hospitalizações por influenza A e VSR na maior parte dos estados. No entanto, os níveis de circulação viral ainda são considerados elevados, especialmente entre crianças e idosos.
Vinte estados, incluindo Acre, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe, apresentam níveis de alerta, mesmo sem crescimento de longo prazo.
Amazonas e Rio Grande do Norte são os únicos com alta incidência e sinal de crescimento contínuo nas últimas seis semanas, especialmente em crianças.
Já o Ceará chama atenção pelo avanço de casos de SRAG causados pelo coronavírus, sendo um dos poucos estados com aumento sustentado associado à Covid-19.
Situação nas capitais
Entre as 27 capitais brasileiras, apenas Campo Grande (MS) e Vitória (ES) apresentam crescimento de longo prazo nos casos de SRAG e níveis de alerta ou risco nas últimas duas semanas. A maioria das capitais mantém estabilidade ou queda.
SRAG entre idosos preocupa no Norte
Além das crianças, o número de casos de SRAG entre idosos aumentou no Pará, embora ainda não se saiba qual vírus está por trás do crescimento, devido à ausência de exames laboratoriais recentes. A recomendação da Fiocruz é manter os cuidados básicos, como isolamento em caso de sintomas gripais e uso de máscaras em ambientes fechados ou com aglomeração.
Vacinação segue sendo principal medida preventiva
A pesquisadora Tatiana Portella, da equipe do InfoGripe, reforça a importância da vacinação contra influenza e Covid-19. “Mesmo com a queda geral, ainda temos muitos casos entre crianças e idosos. Estar com a vacinação em dia é fundamental para evitar complicações”, afirma.
Dados de 2025 mostram VSR como principal vírus
No acumulado do ano epidemiológico de 2025, foram registrados 145.517 casos de SRAG no Brasil. Desses, 77.661 (53,4%) tiveram confirmação laboratorial de vírus respiratórios. O vírus sincicial respiratório lidera entre os casos positivos (46,1%), seguido por influenza A (26,1%), rinovírus (23,2%), e Sars-CoV-2 (7%).
Nas últimas quatro semanas, o VSR também liderou entre os óbitos associados a vírus respiratórios, com presença em 17,7% dos casos fatais, atrás apenas da influenza A (57,6%).
Fonte: Fiocruz
Por: M3 Comunicação