
A Amazônia teve redução de 16,8% na área desmatada. No entanto, continua sendo uma das regiões mais impactadas. Foto: Reprodução
O desmatamento caiu em cinco dos seis biomas brasileiros em 2024, com destaque para o Pantanal, Pampa e Cerrado. A exceção foi a Mata Atlântica, que registrou um leve aumento de 2%, segundo dados do Relatório Anual do Desmatamento (RAD), do Mapbiomas. No total, foram desmatados 1.242.079 hectares no país — uma redução de 32,4% em relação a 2023.
A Amazônia teve redução de 16,8% na área desmatada. No entanto, continua sendo uma das regiões mais impactadas: junto com o Cerrado, respondeu por mais de 89% de todo o desmatamento no país. As formações savânicas (como o Cerrado) lideraram a perda, com 52,4% do total, seguidas pelas florestais (43,7%).
Na região conhecida como Amacro — que reúne áreas do Amazonas, Acre e Rondônia —, houve queda de 13% no desmatamento em 2024. Foram registrados 5.753 alertas que somaram 89.826 hectares. Já o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) concentrou 42% da perda de vegetação nativa no país e 75% da devastação do Cerrado.
“Essa mudança ocorreu pela primeira vez em 2023. Historicamente, o desmatamento era concentrado na Amazônia. Esse ano, os dois biomas reduziram os índices, mas o Cerrado ainda lidera em área devastada”, alerta Marcos Rosa, coordenador técnico do Mapbiomas.
No total, a média diária de desmatamento no Brasil em 2024 foi de 3.403 hectares — o equivalente a quase 142 hectares por hora. O dia 21 de junho foi o mais crítico do ano, com 3.542 hectares desmatados.
Segundo Tasso Azevedo, coordenador geral do Mapbiomas, a implementação de planos estaduais de combate ao desmatamento, o uso de dados para concessão de crédito rural e maior atuação dos órgãos ambientais explicam a queda registrada:
“Nesses últimos anos, foram construídos planos de enfrentamento ao desmatamento para todos os biomas, o que não havia antes”, afirmou.
Mesmo com avanços, apenas 43% da área desmatada no país teve autorização para supressão da vegetação. No Cerrado, esse índice foi de 66%; na Amazônia, de apenas 14%.
As terras indígenas registraram queda de 24% no desmatamento. Ainda assim, a Terra Indígena Porquinhos dos Canela-Apãnjekra (MA) liderou entre as que mais perderam vegetação: foram 6.208 hectares, um aumento de 125% em relação a 2023.
Já nas Unidades de Conservação, a redução foi de 42,5%, com destaque para a Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu (PA), no bioma Amazônia, que teve a maior área desmatada do país: 6.413 hectares.
Desde 2019, o Brasil já perdeu quase 10 milhões de hectares de vegetação nativa. A maior parte — 67% — foi na Amazônia Legal. A agropecuária responde por mais de 97% de toda a perda registrada no período.
Fonte: Agência Brasil
Por: M3 Comunicação