
Trimestre encerrado em julho teve recorde de vagas com carteira. Foto: Reprodução
Última modificação em 16 de setembro de 2025 às 09:47
A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,6% no trimestre encerrado em julho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (16) pelo IBGE. É o menor índice da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. No trimestre anterior, a taxa estava em 5,8%.
O número de pessoas desocupadas chegou a 6,118 milhões, o menor patamar desde o fim de 2013. Já o total de trabalhadores ocupados atingiu um recorde histórico: 102,4 milhões de pessoas.
Outro destaque do levantamento é o número de empregados com carteira assinada no setor privado, que chegou a 39,1 milhões, o maior da série.
Com isso, o nível de ocupação (percentual de pessoas trabalhando em relação à população em idade de trabalhar) manteve-se em 58,8%, também o maior já registrado.
Mercado de trabalho segue aquecido
Para William Kratochwill, analista da pesquisa, os dados refletem a força do mercado de trabalho. “O mercado se mostra aquecido, resiliente, com características de expansão. O número de pessoas fora da força de trabalho está diminuindo”, afirmou.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) considera pessoas de 14 anos ou mais e engloba todas as formas de ocupação, com ou sem carteira assinada, temporários ou por conta própria. Para ser considerada desempregada, a pessoa precisa estar procurando trabalho ativamente.
O levantamento abrange 211 mil domicílios em todo o país e também monitora a população fora da força de trabalho, que ficou estável em 65,6 milhões de pessoas. Já o número de desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego por não acreditarem que conseguiriam uma vaga, caiu 11% no trimestre, totalizando 2,7 milhões.
Segundo Kratochwill, essa queda indica que “as pessoas que deixaram a desocupação não estão saindo do mercado, mas ingressando nele de fato”.
Setores que puxaram o crescimento da ocupação
Três setores foram os principais responsáveis pelo aumento no número de ocupados entre maio e julho:
- Administração pública, educação e saúde: +522 mil vagas
- Serviços profissionais, financeiros e de comunicação: +260 mil vagas
- Agropecuária e pesca: +206 mil vagas
Informalidade tem leve queda, mas ainda atinge 38,8 milhões
A taxa de informalidade caiu de 38% para 37,8%, a segunda menor da série, atrás apenas de julho de 2020 (37,2%), período em que muitos trabalhadores informais foram expulsos do mercado devido à pandemia.
Apesar da queda no percentual, o número absoluto de trabalhadores informais cresceu, passando de 38,5 milhões para 38,8 milhões. Isso ocorreu porque o total de pessoas com emprego formal também aumentou, o que diluiu a proporção de informais.
Kratochwill ressalta, no entanto, que o aumento da informalidade não foi estatisticamente significativo.
Renda e massa salarial em alta
O rendimento médio real do trabalhador ficou em R$ 3.484, o maior valor para o trimestre encerrado em julho, embora ligeiramente abaixo do trimestre anterior (R$ 3.486).
Já a massa de rendimentos, soma de todos os salários pagos no país, alcançou R$ 352,3 bilhões, com alta de 2,5% em relação ao trimestre anterior.
Fonte: Agência Brasil
Por: M3 Comunicação