
O valor representa uma queda de 9,5% em relação à Páscoa de 2024. Foto: Divulgação
Última modificação em 15 de abril de 2025 às 14:32
A Páscoa de 2025, tradicionalmente uma das datas mais importantes para o comércio, não será tão doce para o varejo de Roraima. Segundo estimativas da Fecomércio/RR, com base em dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), as vendas devem movimentar cerca de R$ 7,1 milhões neste ano. O valor representa uma queda de 9,5% em relação à Páscoa de 2024, interrompendo uma sequência de quatro anos seguidos de crescimento nas vendas.
Para o assessor econômico da Fecomércio/RR, Fábio Martinez, a alta dos preços dos chocolates foi o principal fator para o desempenho abaixo do esperado.
“O aumento acentuado no preço dos chocolates este ano, que apresentaram uma elevação de 18,9%, motivado pela alta cotação do preço do cacau no mercado internacional, e combinado com a desvalorização do real frente ao dólar, foram os motivos que comprometeram as vendas da Páscoa de 2025”, explicou.
Apesar de sinais positivos no mercado de trabalho, o cenário de consumo ainda é de cautela. Os preços elevados têm desestimulado as compras, mesmo em uma data com forte apelo emocional e tradicional.
Além disso, o alto nível de endividamento das famílias tem pesado no bolso do consumidor roraimense.
“O percentual de famílias endividadas em Roraima subiu pelo segundo mês seguido, chegando a 89% no mês de março. O número de famílias inadimplentes também aumentou pelo terceiro mês consecutivo, ficando em 32,8%, o maior resultado desde setembro de 2024. Com dívidas e renda comprometida, o consumidor do nosso estado está mais cauteloso com as vendas na Páscoa e preferindo investir no pagamento de dívidas e não fazer novas compras”, destacou o presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac-IFPD/RR, Ademir dos Santos.
Série interrompida
Desde 2021, o comércio roraimense vinha apresentando uma trajetória consistente de recuperação nas vendas de Páscoa, após o impacto da pandemia. Em 2020, o faturamento da data caiu para níveis comparáveis aos de 2007, mas a retomada do consumo e a reabertura da economia permitiram avanços reais nos anos seguintes.
A previsão de retração em 2025, no entanto, marca o fim dessa curva ascendente. A expectativa do setor é que o consumo continue mais moderado nos próximos meses, acompanhando os índices de inadimplência e o comportamento financeiro das famílias no estado.
Com informações da Assessoria
Por: M3 Comunicação