
Até o início de agosto, foram registrados 1.642.986 casos prováveis da doença, com 1.558 mortes confirmadas e outras 433 em investigação, segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde. Foto: Reprodução
Última modificação em 15 de agosto de 2025 às 09:43
O Brasil vive em 2025 um cenário inédito de redução nos casos de dengue, com queda de mais de 70% em relação ao mesmo período do ano anterior. Até o início de agosto, foram registrados 1.642.986 casos prováveis da doença, com 1.558 mortes confirmadas e outras 433 em investigação, segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde.
A comparação com 2024 evidencia a dimensão da melhora: no mesmo intervalo do ano passado, o país enfrentava 6.363.431 casos prováveis e 6.159 mortes. A queda de 74,2% nos casos representa um marco importante após o pior surto já registrado no Brasil.
São Paulo lidera em número de casos
Mesmo com a redução nacional, São Paulo ainda concentra os maiores números: 892.862 casos prováveis e 1.056 óbitos, com outros 156 em investigação. A alta densidade populacional e áreas com maior vulnerabilidade continuam desafiando as ações de controle na região.
Em 2024, o Brasil enfrentou a maior epidemia de dengue já registrada, com 6,5 milhões de casos prováveis até outubro e mais de 5.500 mortes confirmadas. A crise superou todos os recordes anteriores, com um número de óbitos que quadruplicou em relação a 2023.
Vacinação e ações emergenciais ajudam a reverter cenário
A reversão do quadro é atribuída à combinação de ações emergenciais e à introdução da vacina Qdenga no SUS. Desde dezembro de 2024, a vacina passou a fazer parte do calendário público, com aplicação em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, conforme a disponibilidade de doses.
Entre as medidas adotadas em 2025 estão:
- Ativação do Centro de Operações de Emergência para Arboviroses (COE-Dengue);
- Distribuição de 4,5 milhões de testes de diagnóstico;
- Ampliação do método Wolbachia para controle do mosquito em 44 municípios;
- Ações integradas com sociedade civil, governos locais e instituições científicas.
Vacina é promissora, mas cobertura ainda é limitada
Segundo o infectologista Fernando Chagas, a vacina tem eficácia superior a 95%, sendo considerada uma ferramenta-chave para conter a doença. No entanto, ele alerta: “Infelizmente, ainda temos uma quantidade limitada de doses. É essencial vacinar os adolescentes para proteger uma faixa muito afetada. A tendência é que, com mais cobertura, vejamos uma mudança significativa nos números.”

Cenário atual exige atenção constante
Apesar da expressiva queda, o país ainda registra mais de um milhão de casos prováveis e centenas de mortes. Por isso, o estado de alerta permanece. O combate à dengue exige vigilância contínua, eliminação de focos do mosquito, ampliação da vacinação e acesso à informação.
A situação está sendo acompanhada de perto por:
- Monitoramento do Observatório de Arboviroses, com dados atualizados diariamente;
- Estratégias locais de educação em saúde e mobilização comunitária;
- Ações coordenadas entre esferas de governo, profissionais de saúde e a população.
Fonte: Brasil 61
Por: M3 Comunicação