
Entre abril e junho, 1,913 milhão de pessoas estavam procurando trabalho há mais de um ano, o menor número desde o início da série histórica, em 2012. Foto: Reprodução
Última modificação em 15 de agosto de 2025 às 15:43
O número de brasileiros em busca de emprego caiu 21% no segundo trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano passado. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (15) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Trimestral, do IBGE.
Entre abril e junho, 1,913 milhão de pessoas estavam procurando trabalho há mais de um ano, o menor número desde o início da série histórica, em 2012. No mesmo período de 2024, esse contingente era de 2,4 milhões.
A pesquisa considera pessoas com 14 anos ou mais que estão efetivamente procurando emprego, independentemente da forma de ocupação (com ou sem carteira, temporário, por conta própria etc.). Para isso, o IBGE visita mais de 211 mil domicílios em todo o país.
Redução em todos os tempos de busca
O levantamento detalha quatro faixas de tempo de procura por trabalho, todas com queda em relação ao ano passado:
- Menos de um mês: -16,7%
- De um mês a menos de um ano: -10,7%
- De um a menos de dois anos: -16,6%
- Dois anos ou mais: -23,6%
O grupo que busca trabalho de um mês a menos de um ano registrou 3,2 milhões de pessoas, o menor número da série histórica (queda de 18,5% desde 2012). Já os que procuram entre um e dois anos somam 659 mil – também o menor contingente da série, com recuo de 34,8% em relação a 2012.
Segundo William Kratochwill, analista da pesquisa, o mercado de trabalho mostra capacidade de absorver pessoas com maior dificuldade de recolocação:
“O mercado está gerando oportunidades que estão absorvendo as muitas pessoas, inclusive aquelas que tinham mais dificuldade de encontrar um posto de trabalho.”
Mercado de trabalho em alta
Os dados reforçam um cenário positivo no mercado de trabalho. No fim de julho, o IBGE já havia anunciado que a taxa de desemprego no país caiu para 5,8% no segundo trimestre, a menor da série histórica. Houve também recordes no número de trabalhadores com carteira assinada (39 milhões) e no rendimento médio (R$ 3.477).
A nova edição da Pnad traz ainda dados por estado: 18 das 27 unidades da federação reduziram suas taxas de desemprego. Destaque para 12 estados que alcançaram o menor nível de desocupação para um segundo trimestre desde 2012, incluindo São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia.
Perfil do desemprego
Apesar da melhora geral, o desemprego ainda atinge com mais força determinados grupos. A taxa é mais alta entre:
- Mulheres: 6,9% (homens: 4,8%)
- Pretos: 7% / Pardos: 6,4% / Brancos: 4,8%
- Pessoas com ensino médio incompleto: 9,4%
- Pessoas com ensino superior completo: 3,2%
Recuperação sustentada
Kratochwill destaca que, ao contrário de anos anteriores, o início de 2025 não teve aumento típico do desemprego, mesmo após o fim das contratações temporárias de fim de ano.
“O mercado de trabalho está resistente a pioras, e os dados do segundo trimestre confirmam isso.”
Ele aponta ainda que a melhora tem impactos positivos adicionais, como a redução da informalidade, aumento dos empregos formais e maior renda média.
“Isso traz um certo vigor para o mercado de trabalho, que apresenta melhora de condições dos trabalhadores.”
Fonte: Agência Brasil
Por: M3 Comunicação