
Taxa de desemprego entre jovens de 14 a 24 anos caiu de 25,2% no quarto trimestre de 2019 para 14,3% no mesmo período de 2024. Foto: Reprodução
Última modificação em 29 de abril de 2025 às 09:34
O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), lançou nesta terça-feira (29) a primeira edição ESG do evento “Empregabilidade Jovem Brasil”.
Durante o encontro, foram apresentados dados sobre o mercado de trabalho para jovens, divulgados pela Subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, e pelo Diretor de Políticas de Trabalho para a Juventude do MTE, João Victor Motta. A abertura foi conduzida por Rodrigo Dib, superintendente Institucional e de Inovação do CIEE.
Segundo o levantamento, a taxa de desemprego entre jovens de 14 a 24 anos caiu de 25,2% no quarto trimestre de 2019 para 14,3% no mesmo período de 2024. Em números absolutos, o contingente de jovens desempregados reduziu-se de 4,8 milhões para 2,4 milhões.
As quedas mais significativas ocorreram nas regiões Sudeste (de 26,5% para 14,0%), Sul (de 17,5% para 8,2%) e Centro-Oeste (de 23,5% para 12,5%). Nordeste e Norte também apresentaram recuos, ainda que em menor escala, passando respectivamente de 29,3% para 18,9% e de 21,9% para 14,7%.
O estudo também aponta que o número de jovens entre 18 e 24 anos que não estudam e nem trabalham atingiu o menor nível da série histórica: 5,3 milhões.
O número de estagiários apresentou crescimento expressivo: passou de 642 mil em 2023 para 877 mil em 2024, chegando a 990 mil no primeiro bimestre de 2025. Desses, 64% são mulheres, e cerca de 75% estão cursando ou concluíram o ensino superior.
Entre os jovens ocupados com até 24 anos, 53% trabalham com carteira assinada, o que representa 7,7 milhões de pessoas. Apenas 15 ocupações concentram metade desses empregos. No entanto, a remuneração ainda é um desafio: 67,1% ganham abaixo da média de R$ 1.854; 30,5% recebem entre R$ 1.854 e R$ 3.033,99; e apenas 2,4% têm salários superiores a R$ 3.036.
Por que os jovens deixam seus empregos?
O levantamento também identificou os principais motivos de desligamento entre jovens de 14 a 24 anos. Para os que têm entre 14 e 17 anos, os fatores mais citados foram: perspectiva de outro emprego (30%), salário baixo (29%) e falta de reconhecimento (24%). Entre os jovens de 18 a 24 anos, os índices são ainda mais altos: 36% deixam o emprego por outra oportunidade, 36% por remuneração insatisfatória e 31% por não se sentirem valorizados.
Além disso, 28% dos jovens mais velhos mencionaram problemas éticos com a conduta da empresa, 20% reclamaram da falta de flexibilidade na jornada e 18% apontaram dificuldades no relacionamento com a chefia e ausência de benefícios adicionais.
O adoecimento mental relacionado ao estresse no trabalho também apareceu como fator relevante: 26% entre os de 18 a 24 anos e 21% entre os mais jovens.
Entre os adolescentes de 14 a 17 anos, 27% buscaram outros tipos de trabalho, 25% relataram problemas de mobilidade entre casa e emprego e 15% afirmaram que deixaram o trabalho para estudar.
Fonte: Correio Braziliense
Por: M3 Comunicação