
Mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya. Foto: Reprodução
Última modificação em 21 de julho de 2025 às 10:32
O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), em parceria com o World Mosquito Program (WMP), inaugurou a Wolbito do Brasil – a maior biofábrica do mundo dedicada à criação do mosquito Aedes aegypti contendo a bactéria Wolbachia, que atua como barreira contra a propagação de doenças como dengue, zika e chikungunya.
Com uma equipe de 70 profissionais, a unidade tem capacidade para produzir até 100 milhões de ovos de mosquito por semana. Inicialmente, o foco será atender exclusivamente ao Ministério da Saúde, que define as cidades prioritárias com base em mapas de incidência de arboviroses.
O método com Wolbachia vem sendo estudado no Brasil desde 2014, com as primeiras liberações realizadas nos bairros de Tubiacanga (Rio de Janeiro) e Jurujuba (Niterói). Desde então, a estratégia foi expandida para Londrina e Foz do Iguaçu (PR); Joinville (SC); Petrolina (PE); Belo Horizonte (MG); e Campo Grande (MS). Cidades como Presidente Prudente (SP), Uberlândia (MG) e Natal (RN) também estão em fase de implementação.

Próximas localidades
Novas liberações estão previstas para o segundo semestre em Balneário Camboriú, Blumenau e novas áreas de Joinville (SC), além de Valparaíso de Goiás, Luziânia (GO) e Brasília (DF). Atualmente, essas regiões estão na etapa de mobilização social e conscientização das comunidades.
O método não envolve mosquitos transgênicos e pode ser usado de forma complementar a outras ações de controle, como a eliminação de criadouros.
Como funciona
Presente em 14 países, a técnica consiste em liberar no ambiente mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, que ao se reproduzirem, transmitem a bactéria para seus descendentes. Isso reduz significativamente a capacidade de disseminação dos vírus causadores das principais arboviroses.
A Wolbachia é uma bactéria encontrada naturalmente em mais da metade dos insetos do mundo. Desde o início dos anos 2010, pesquisadores conseguiram introduzi-la com segurança no Aedes aegypti, onde ela impede a multiplicação de vírus no organismo do mosquito e ainda favorece sua reprodução, acelerando a disseminação da bactéria entre a população de mosquitos locais.
Segundo a Fiocruz, o impacto econômico também é significativo: para cada R$ 1 investido, estima-se uma economia entre R$ 43,45 e R$ 549,13 com tratamentos médicos e internações evitadas.
Fonte: Agência Brasil
Por: M3 Comunicação