
Maioria de 3 a 1 foi formada após voto da ministra Cármen Lúcia nesta quinta-feira (11). Foto: Reprodução
Última modificação em 11 de setembro de 2025 às 15:27
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira (11) para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por todos os crimes atribuídos a ele na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) relacionada à tentativa de golpe de Estado.
Com o voto da ministra Cármen Lúcia, que acompanhou o relator Alexandre de Moraes e o ministro Flávio Dino, o placar chegou a 3 votos a 1 pela condenação de Bolsonaro e de outros sete réus, incluindo ex-ministros e militares que integravam seu núcleo próximo.
Os crimes pelos quais já há maioria pela condenação de Bolsonaro são:
- Golpe de Estado
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Organização criminosa
- Dano qualificado contra o patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado
Apenas o réu Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e atual deputado federal, deve ser absolvido de dois dos cinco crimes: dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Quem são os oito réus
- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
- Walter Braga Netto – general, ex-ministro e ex-candidato a vice
- Mauro Cid – tenente-coronel, ex-ajudante de ordens e delator
- Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin, deputado federal
- Augusto Heleno – general, ex-ministro do GSI
- Paulo Sérgio Nogueira – general, ex-ministro da Defesa
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça

Placar parcial
Após o voto de Cármen Lúcia, o placar ficou da seguinte forma:
- 3 votos para condenar Bolsonaro e os demais por todos os crimes, exceto Ramagem em dois deles
- 1 voto (Luiz Fux) pela absolvição de Bolsonaro em todos os pontos
- Fux, no entanto, votou pela condenação de Mauro Cid e Braga Netto por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Voto pendente e próxima etapa
O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, é o único que ainda não votou. A expectativa é que ele se manifeste ainda nesta quinta-feira.
Após a conclusão dos votos, o STF iniciará a fase de dosimetria da pena, quando os ministros definirão quanto tempo de prisão cada réu poderá cumprir, conforme o grau de participação na tentativa de golpe. A soma das penas máximas pode chegar a 43 anos de prisão para quem for condenado por todos os crimes.
Contexto da denúncia
A PGR acusa Bolsonaro e seus aliados de liderarem uma articulação golpista entre 2021 e 2023 com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre as provas apontadas pelos ministros que já votaram estão reuniões estratégicas, lives, documentos, discursos e planejamento de ações violentas — elementos que, segundo os magistrados, configuram uma tentativa concreta de ruptura da ordem democrática.
Fonte: G1
Por: M3 Comunicação