
O evento reuniu dezenas de famílias em um evento que já se tornou tradição entre a comunidade autista de Roraima. Foto: M3 Comunicação
Com bandeirinhas coloridas, comidas típicas e um ambiente cuidadosamente pensado para acolher, a 4ª edição do Arraial da UPPA (União de Pais e Pessoas Autistas de Roraima) foi realizada neste fim de semana, reunindo dezenas de famílias em um evento que já se tornou tradição entre a comunidade autista de Roraima.
Criado de forma espontânea por um grupo de mães, antes mesmo da formalização da associação, o arraial cresceu ao longo dos anos mantendo seu propósito principal, oferecer um espaço seguro, inclusivo e cheio de afeto para crianças autistas e seus familiares.
“A ideia foi da União de Pais Pessoas Autistas, um grupo de mães. Na verdade, a gente não era associação ainda. Nós só queríamos realizar um arraial. Foi onde começou o 1º arraial. Nós nos reunimos num grupo grande do autismo. E nesse grupo de WhatsApp começamos a mandar mensagens e a ideia era que chegasse a umas 50 pessoas. E em menos de meia hora a gente já tinha brinquedo, um monte de comida e foi surgindo uma necessidade de um lugar maior”, contou a presidente da UPPA, Muryanne Gianluppi.
Desde então, o evento é aguardado anualmente pelas famílias. O ambiente é ajustado para respeitar as sensibilidades do público autista, com som controlado, brincadeiras acessíveis e espaços de descanso. O objetivo, segundo a organização, é fazer com que as crianças se sintam plenamente à vontade.
“A gente vê uma necessidade muito grande da comunidade autista de socializar, então aqui se o som está muito alto e a gente vê que precisa baixar, alguma criança não está se adaptando, o som é abaixado. Tudo é feito de acordo com que eles se sintam bem, porque o momento é deles. O evento todo é voltado para eles. Se eles estão felizes, estão satisfeitos, a gente também está feliz”, completou Muryanne.

Para Juscyelly Bonomo, mãe de duas crianças autistas, o arraial representa muito mais que uma festa junina, é um espaço de pertencimento e troca entre famílias que vivem realidades semelhantes.
“Esse momento é de extrema importância, não só para as crianças, mas para as famílias. É um ambiente acolhedor, um ambiente empático, onde as famílias se entendem, se acolhem. E as crianças se divertem como elas verdadeiramente são, sem nenhuma imposição social”, afirmou.
Além das tradicionais comidas típicas, a festa contou com atividades como pescaria, tiro ao alvo, boliche, “acerte a boca do palhaço” e outras brincadeiras adaptadas. Segundo Juscyelly, esse cuidado faz toda a diferença.
“Elas participam livremente das atividades oferecidas. Então é um momento de descontração, de alegria, de união, de inclusão e de muito amor e respeito.”
A 4ª edição do Arraial da UPPA reforça a importância de eventos que priorizem a inclusão de pessoas com deficiência, mostrando que é possível promover cultura, lazer e diversão respeitando as particularidades de cada um.

Por: M3 Comunicação