
As primeiras fotos divulgadas pelas Forças Armadas israelenses mostram seis reféns libertados sorrindo e conversando com soldados. Foto: Reprodução /X
Última modificação em 13 de outubro de 2025 às 09:50
O Hamas libertou, nesta segunda-feira (13), os últimos 20 reféns israelenses sobreviventes, em cumprimento a um acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. O gesto marca um avanço significativo após dois anos de guerra em Gaza. O presidente norte-americano, Donald Trump, descreveu o momento como “um amanhecer histórico de um novo Oriente Médio”.
Segundo as Forças Armadas de Israel, todos os reféns identificados como vivos foram entregues à Cruz Vermelha e já estão em solo israelense. A chegada dos libertos provocou comoção na chamada “Praça dos Reféns”, em Tel Aviv, onde milhares de pessoas celebraram com aplausos, lágrimas e abraços.
Como parte do acordo, ônibus com prisioneiros palestinos deixaram penitenciárias israelenses e chegaram a Gaza, conforme confirmou uma autoridade envolvida na operação à agência Reuters.
Durante discurso previsto no Knesset, o Parlamento israelense, Trump afirmou: “Os céus estão calmos, as armas estão silenciosas, as sirenes pararam, e o sol nasce sobre uma Terra Santa que finalmente encontra a paz”. Após o pronunciamento, o presidente seguirá para o Egito, onde participará de uma cúpula voltada à consolidação de um acordo de paz duradouro para a região.
Cúpula e próximos passos
A libertação de reféns e prisioneiros palestinos representa a primeira etapa do cessar-fogo firmado na semana anterior no resort egípcio de Sharm el-Sheikh, local que também sediará a reunião desta segunda-feira.
Mais de 20 líderes mundiais devem discutir o plano de paz de 20 pontos proposto por Trump, que busca estabilizar a região após dois anos de conflito iniciado em 7 de outubro de 2023 — quando um ataque do Hamas matou cerca de 1.200 pessoas e fez 251 reféns. Desde então, ofensivas israelenses por ar e terra devastaram Gaza, resultando em mais de 67 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde local, e gerando uma grave crise humanitária.
Imagens de reencontro e emoção
As primeiras fotos divulgadas pelas Forças Armadas israelenses mostram seis reféns libertados sorrindo e conversando com soldados. Um deles, Guy Gilboa-Dalal, escreveu em um quadro branco enquanto era transportado de helicóptero: “Eu voltei — o povo de Israel vive”.
Viki Cohen, mãe do refém Nimrod Cohen, descreveu a emoção do reencontro: “Estou muito feliz, é difícil descrever o que sinto. Não consegui dormir a noite toda”.
Em Gaza, integrantes armados do Hamas se reuniram no Hospital Nasser, onde um palco foi montado para receber os prisioneiros palestinos libertados. Para muitos moradores, o momento simboliza esperança. “Perdemos amigos, casas e nossa cidade. Que estas imagens marquem o fim desta guerra”, disse o palestino Emad Abu Joudat, de 57 anos, morador da Cidade de Gaza.