
O percentual é o mesmo de 2018. Foto: Reprodução
Última modificação em 5 de maio de 2025 às 10:33
Dados do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgados nesta segunda-feira (5), mostram que três em cada dez brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais — ou seja, não compreendem frases simples ou informações básicas como números de telefone ou preços. O percentual é o mesmo de 2018: 29% da população.
O cenário é ainda mais preocupante entre os jovens de 15 a 29 anos, onde o índice subiu de 14% para 16% desde a última edição da pesquisa. Especialistas apontam que o fechamento das escolas durante a pandemia pode ter contribuído para a piora nos resultados.
O estudo classifica os entrevistados em cinco níveis de alfabetismo. A maior parte da população (36%) está no nível elementar, enquanto 35% atingem o alfabetismo consolidado. Apenas 10% estão no nível mais alto, o proficiente. Já 27% dos trabalhadores brasileiros são considerados analfabetos funcionais, assim como 12% das pessoas com ensino superior.
A pesquisa também revelou desigualdades raciais. Entre brancos, 28% são analfabetos funcionais, enquanto esse número sobe para 30% entre negros e 47% entre amarelos e indígenas. A alfabetização consolidada alcança 41% dos brancos, 31% dos negros e apenas 19% dos amarelos e indígenas.
Especialistas e instituições envolvidas no estudo alertam para a necessidade urgente de políticas públicas eficazes e mais abrangentes, que combatam as desigualdades educacionais e garantam ensino de qualidade, especialmente diante das exigências do mundo digital.
Realizado após seis anos de interrupção, o Inaf avaliou 2.554 pessoas de todo o país entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025. Pela primeira vez, a pesquisa incluiu dados sobre o uso da leitura e escrita em contextos digitais.
Fonte: Agência Brasil
Por: M3 Comunicação