Murilo Ferrari, presidente da Aprosoja Roraima. Foto: M3 Comunicação Integrada
Última modificação em 17 de julho de 2025 às 10:47
O episódio #24 do podcast Papo M3 Realidades vai ao ar nesta quinta-feira (17) e recebe Murilo Ferrari, presidente da Aprosoja Roraima, para um bate-papo sobre o cenário do agronegócio no estado.
Durante a entrevista, Murilo falou sobre os desafios, avanços e perspectivas do agronegócio em Roraima, além de destacar o papel da Aprosoja no estado. A associação, criada há quatro anos, surgiu da iniciativa dos próprios produtores rurais diante da expansão da cultura da soja na região.
“A Aprosoja é a voz do produtor rural em Roraima. A gente se organizou porque entendeu que, com o crescimento da produção, também viriam muitos desafios, e precisávamos de uma entidade para buscar soluções e fazer essa ponte com o poder público”, explicou Murilo Ferrari, atual presidente da entidade.
Segundo ele, a Aprosoja atua diretamente na defesa dos interesses dos produtores, representando a categoria em questões que envolvem infraestrutura, legislação e políticas públicas.
“Se há um problema com estrada, a gente vai atrás do município ou do estado. Se tem um projeto de lei que impacta a produção, vamos aos parlamentares. A associação representa e articula para que o produtor não fique sem voz”, afirmou.
Além da atuação política e institucional, a Aprosoja também promove ações de capacitação, articula parcerias técnicas e incentiva boas práticas agrícolas no estado.
Raízes no campo
Além de sua atuação à frente da Aprosoja Roraima, Murilo Ferrari carrega uma trajetória de vida profundamente ligada ao campo. Filho e neto de agricultores, ele cresceu em meio às lavouras e construiu sua carreira a partir da vivência direta com a terra.
“Desde quando eu nasci, praticamente, eu sou da agricultura. Me criei numa lavoura de soja, virei homem numa lavoura de soja, estudei agronomia. Então, quando era férias, em vez de eu ir pra Disney, eu ia pra um monte de calcário aplicar calcário”, relembra.
Natural do Paraná, com passagem pelo Mato Grosso, Murilo chegou a Roraima em 2015 como parte de um novo ciclo de expansão agrícola no estado. Segundo ele, o espírito pioneiro é algo que acompanha sua família há gerações.
“O meu convívio com a agricultura vem desde pequeno, desde o meu avô no Paraná, com o meu pai no Mato Grosso. E hoje estamos aqui mais uma vez, desbravando um estado. Isso faz parte. Eu não sei fazer outra coisa”, afirmou.
Sustentabilidade no campo
Durante a entrevista, Murilo Ferrari também destacou que a sustentabilidade não é apenas uma exigência legal no Brasil, mas uma necessidade prática para a produção agrícola, especialmente em regiões tropicais como Roraima.
“No Brasil, a agricultura em região tropical não é nem uma obrigatoriedade de lei, é uma necessidade. Nossos solos são pobres, de baixa fertilidade, não têm nitrogênio, potássio, não têm nada. A gente precisa construir esse solo do zero”, explicou.
Segundo ele, a construção da fertilidade do solo envolve muito mais do que o uso de insumos. Inclui práticas de manejo como a formação de palhada, o aumento da matéria orgânica e o estímulo à microbiologia do solo, fundamentais para garantir produtividade e sustentabilidade a longo prazo.
“Na Europa ou nos Estados Unidos, eles têm solos férteis naturalmente, por isso não têm a mesma preocupação microbiológica que nós temos aqui. No Cerrado, no Lavrado, a gente precisa cuidar do solo com responsabilidade, porque senão não se produz. Sustentabilidade aqui não é escolha, é sobrevivência”, afirmou.
Murilo também lembrou que, além das boas práticas produtivas, os agricultores brasileiros cumprem rigorosamente a legislação ambiental, mantendo áreas de preservação permanente e reservas legais dentro de suas propriedades. Segundo ele, a iniciativa privada é hoje uma das maiores responsáveis pela conservação ambiental no país.
“Hoje, os produtores rurais preservam 33% do território brasileiro. Seja na soja, no milho, na laranja ou na pecuária, é a agricultura que garante a proteção de uma boa parte dos nossos recursos naturais”, completou.
A entrevista completa vai ao ar nesta quinta-feira, 17 de julho, a partir das 17h no canal oficial do podcast Papo M3 Realidades.
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Por: M3 Comunicação
