
O envio das tropas faz parte de um treinamento militar, mas também mostra o poderio das Forças Armadas brasileiras em uma situação de necessidade. Foto: Divulgação
Última modificação em 28 de agosto de 2025 às 10:04
Em meio a um clima de tensão entre Brasil e Venezuela, as Forças Armadas começaram
a reforçar a proteção das fronteiras em Roraima. A Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro iniciou entre os dias 18 e 23 de agosto um movimento considerado crucial dentro da Operação Atlas 2025.
Tropas, viaturas e equipamentos militares embarcaram no Navio de Desembarque de Carros de Combate (NDCC) Almirante Saboia, da Marinha do Brasil, em direção ao estado de Roraima, ampliando a presença militar brasileira na região amazônica.
Essa fase reforça a capacidade de mobilidade estratégica e a importância da logística integrada entre as Forças Armadas, uma vez que o deslocamento por mar garante maior volume de transporte e flexibilidade no emprego da tropa.
O uso do Almirante Saboia não é casual. Incorporado à Marinha em 2009, o navio é fundamental para missões de desembarque anfíbio e transporte de blindados e helicópteros, o que amplia as opções de emprego das tropas paraquedistas em cenários de difícil acesso. Segundo analistas militares, a escolha desse vetor mostra o nível de preparo e de integração entre Exército e Marinha no planejamento das operações.
Defesa da Amazônia e tensões geopolíticas
O deslocamento da Brigada Paraquedista para Roraima ocorre em um momento de maior atenção às fronteiras do norte do país. Nos últimos meses, movimentações militares na Venezuela e a instabilidade no entorno da Guiana têm despertado preocupações no cenário regional.
Embora a Operação Atlas seja oficialmente classificada como um exercício de adestramento, ela também funciona como uma mensagem clara sobre a capacidade do Brasil de responder rapidamente a qualquer ameaça à Amazônia.
A região amazônica apresenta desafios únicos. As longas distâncias, a dificuldade de acesso e a ausência de infraestrutura em muitas áreas tornam a logística um elemento decisivo. Nesse contexto, a cooperação entre Exército, Marinha e Força Aérea não é apenas um treinamento, mas sim uma necessidade prática.
O emprego coordenado de tropas terrestres, transporte marítimo e apoio aéreo garante que o Brasil esteja apto a operar de forma eficiente em um dos ambientes mais complexos do mundo.
Operação Atlas 2025: fases e objetivos
A Operação Atlas 2025 é considerada o maior exercício conjunto das Forças Armadas neste ano e foi estruturada em três grandes etapas. A primeira, concluída em junho, consistiu no planejamento estratégico sob coordenação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).
Agora, na segunda fase, ocorre o deslocamento de tropas, viaturas e aeronaves para pontos-chave da Amazônia, incluindo Roraima e a foz do Rio Amazonas. A terceira etapa, prevista para acontecer entre 27 de setembro e 11 de outubro, será dedicada à simulação de combate em cenários variados, colocando à prova a interoperabilidade entre os ramos da defesa nacional.
Fonte: Revista Sociedade Militar
Por: M3 Comunicação Integrada