
A data foi definida pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma da Corte. Foto: Reprodução
Última modificação em 15 de agosto de 2025 às 14:26
O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o dia 2 de setembro o início do julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados, acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. A data foi definida pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma da Corte.
O julgamento terá início às 9h e deve se estender por oito sessões, sendo seis delas extraordinárias, ou seja, fora do calendário regular da Turma. Além da estreia com sessões em dois turnos no dia 2, o cronograma prevê audiências nos dias 3, 9, 10 e 12 de setembro, conforme divulgado pela Secretaria da Primeira Turma.
A ação penal 2668, relatada pelo ministro Alexandre de Moraes, é considerada a mais avançada no conjunto de investigações sobre a tentativa de golpe e tem como foco o chamado “núcleo 1” — o grupo central e estratégico da suposta conspiração. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), trata-se das principais lideranças envolvidas na trama, com Bolsonaro apontado como o comandante.
Além de Moraes e Zanin, também participam do julgamento os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino. A análise será presencial e, como de costume, será transmitida ao vivo pela TV Justiça, Rádio Justiça e pelo canal oficial do STF no YouTube.
Relembre o caso
A denúncia foi apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, com base em investigações da Polícia Federal (PF). Segundo a acusação, o plano golpista teria se iniciado em 2021, quando Bolsonaro orientou integrantes do alto escalão do governo a atacar a credibilidade do sistema eletrônico de votação, com o objetivo de criar um ambiente propício à ruptura institucional e manter-se no poder mesmo após a derrota nas eleições de 2022.
De acordo com a PGR, o plano culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Entre as provas apresentadas estão minutas de decretos golpistas, além de rascunhos de planos denominados “Luneta”, “Copa 2022” e “Punhal Verde Amarelo”, que chegavam a prever o sequestro e assassinato de autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin.
Os oito réus do núcleo central da trama foram denunciados por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
A marcação do julgamento ocorreu após a apresentação das alegações finais pelas defesas dos réus, cujo prazo se encerrou na última quarta-feira (13).
Posição das defesas
A defesa de Jair Bolsonaro classificou a denúncia como “absurda” e negou a existência de qualquer plano golpista, chamando o caso de um “golpe imaginado”. Já os advogados dos demais réus, em geral, evitaram contestar a existência da trama e buscaram afastar seus clientes do núcleo decisório da conspiração. Todos pediram a absolvição total de seus clientes.
Fonte: Agência Brasil
Por: M3 Comunicação