
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Foto: Reprodução
Última modificação em 30 de julho de 2025 às 10:21
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (30) que não haverá prorrogação do prazo para que países negociem acordos comerciais antes da entrada em vigor de tarifas de importação mais altas. O prazo final é 1º de agosto, e segundo ele, permanece “firme e inalterado”.
“O prazo de 1º de agosto é o prazo de 1º de agosto — ele continua firme e não será prorrogado. Um grande dia para a América!!!”, escreveu Trump em letras maiúsculas na plataforma Truth Social.
A declaração reforça a postura agressiva do presidente em relação ao comércio internacional, com o que ficou conhecido como “tarifaço” — uma política de tarifas de importação elevadas aplicadas de forma ampla a produtos de diversos países.
O que é o tarifaço?
Desde o início de seu governo, Trump tem usado as tarifas como ferramenta estratégica em negociações comerciais. Para ele, “tarifa é a palavra mais bonita do mundo”, e representa a ideia de proteger a indústria e o emprego americano por meio da taxação de produtos importados.
Inicialmente voltadas a países como México, Canadá, Colômbia e China, as tarifas se tornaram uma política mais ampla a partir de abril, quando Trump anunciou uma taxa de 10% sobre todas as importações nos EUA. Em uma coletiva apelidada de “Dia da Libertação”, ele apresentou tarifas específicas para 60 países considerados “injustos” com os Estados Unidos.
Setores como aço, alumínio, automóveis e, mais recentemente, medicamentos passaram a ser diretamente afetados por tarifas que chegaram a 200% em alguns casos.
Apesar disso, Trump também sinaliza abertura à negociação, prometendo reduzir tarifas para países dispostos a firmar novos acordos. Até o momento, foram celebrados entendimentos com o Reino Unido, Japão e, mais recentemente, com a União Europeia.
Impactos para o Brasil
Caso o tarifaço entre plenamente em vigor, os impactos para o Brasil serão significativos. De acordo com uma projeção da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o PIB brasileiro pode encolher R$ 19,2 bilhões (-0,16%) em um cenário com tarifas de 50% mantidas por um ano.
Os estados mais afetados seriam:
- São Paulo: -R$ 4,4 bilhões
- Rio Grande do Sul: -R$ 1,9 bilhão
- Paraná: -R$ 1,9 bilhão
- Santa Catarina: -R$ 1,74 bilhão
- Minas Gerais: -R$ 1,66 bilhão
O mercado de trabalho também sentiria os efeitos: cerca de 110 mil vagas podem ser eliminadas, especialmente nos setores de agropecuária (-41 mil), comércio (-31 mil) e indústria (-25 mil).
E os efeitos no mundo?
O tarifaço também traria consequências globais. Estima-se uma queda de -0,12% no PIB mundial, além de um impacto direto sobre o comércio internacional, com redução de -2,1% nas trocas globais, o que representa perdas de aproximadamente US$ 482 bilhões.
Curiosamente, os próprios Estados Unidos seriam os mais prejudicados em termos absolutos, com um recuo projetado de -0,37% no PIB, acima da perda estimada para a China (-0,16%) e para o Brasil (-0,16%).
Fonte: CNN Brasil
Por: M3 Comunicação