
Para 90,1% dos entrevistados, políticos são “raramente ou nunca” punidos no Brasil. Foto: Reprodução
Última modificação em 8 de julho de 2025 às 10:50
A pesquisa Latam Pulse, divulgada nesta terça-feira (8) pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, revela que a maioria dos brasileiros seguem desiludidos em relação ao combate à corrupção no país. Para 90,1% dos entrevistados, políticos são “raramente ou nunca” punidos no Brasil.
Desde maio de 2025, a corrupção aparece como o principal problema do país, à frente da criminalidade e do tráfico de drogas, com uma diferença de cerca de 10 pontos percentuais.
A confiança no sistema judiciário também é baixa: 59,1% dos entrevistados afirmam ter “pouca ou nenhuma” confiança na Justiça brasileira para aplicar a lei de forma justa e imparcial.
Desempenho histórico negativo no Índice de Percepção da Corrupção
O Brasil registrou seu pior resultado no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), elaborado pela Transparência Internacional – Brasil. Em 2024, o país ficou na 107ª posição, empatado com Argélia, Malauí, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia. Em 2023, ocupava a 104ª posição, e em 2022, estava em 94º lugar.
As melhores classificações do país foram em 2012 e 2014, quando o Brasil figurou no 69º lugar do ranking.
Segundo o diretor-executivo da Transparência Internacional – Brasil, Bruno Brandão, o país falhou em conter o avanço da corrupção nos últimos anos. “O Brasil está entrando em um estágio avançado de captura do Estado, com a presença cada vez mais evidente do crime organizado em instituições públicas”, afirmou.
Entre as críticas apontadas pela entidade está o silêncio do presidente da República sobre medidas de combate à corrupção.
Operações e escândalos recentes reforçam percepção negativa
O tema ganhou ainda mais destaque com o fim da força-tarefa da Lava Jato e a série de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que anularam condenações de réus envolvidos na operação.
Além disso, o esquema bilionário de desvio de recursos no INSS, alvo da operação Sem Desconto da Polícia Federal e da CGU, levou à saída de Carlos Lupi do comando do Ministério da Previdência Social. A investigação aponta a cobrança indevida de mensalidades por associações, sem autorização de aposentados e pensionistas.
O caso resultou na apresentação de 51 requerimentos de informação por parlamentares de 13 partidos, cobrando explicações do governo federal sobre os descontos irregulares.
Fonte: O Antagonista
Por: M3 Comunicação