
O resultado também se aproxima do menor índice já registrado pela pesquisa: 6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024. Foto: Reprodução
Última modificação em 27 de junho de 2025 às 14:41
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2025, o menor índice para o período desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), em 2012. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado também se aproxima do menor índice já registrado pela pesquisa: 6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024. Em comparação ao trimestre anterior, encerrado em fevereiro, quando a taxa estava em 6,8%, houve recuo de 0,6 ponto percentual. Já em relação ao mesmo período do ano passado (7,1%), a queda foi de 0,9 ponto.
Segundo o IBGE, o número de pessoas desocupadas no país caiu para 6,8 milhões, uma redução de 12,3% em relação ao ano anterior — o equivalente a 955 mil pessoas a menos em busca de trabalho. Ao todo, o Brasil chegou a 103,9 milhões de pessoas ocupadas, alta de 1,2% frente ao trimestre anterior.
Melhora generalizada no mercado de trabalho
A pesquisa também apontou melhora em diversos indicadores do mercado de trabalho, como o recorde de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que chegou a 39,8 milhões, crescimento de 3,7% em comparação ao mesmo trimestre de 2024.
Além disso, o rendimento médio real subiu para R$ 3.457, o maior já registrado, com alta de 3,1% na comparação anual. A massa de rendimentos também bateu recorde: R$ 354,6 bilhões, indicando maior poder de compra das famílias e estímulo à economia.
O número de contribuintes para a Previdência Social também atingiu o maior patamar da série histórica, com 68,3 milhões de pessoas.
Informalidade e empreendedorismo em alta
A taxa de informalidade recuou para 37,8%, representando 39,3 milhões de trabalhadores — queda em relação ao trimestre anterior (38,1%) e ao mesmo período do ano passado (38,6%).
Esse movimento foi impulsionado pelo aumento no número de trabalhadores por conta própria formalizados com CNPJ, que somam 249 mil a mais no período. No total, o país tem 26,1 milhões de trabalhadores por conta própria, maior contingente já registrado, dos quais 26,9% são formalizados.
“As pessoas percebem um mercado mais favorável. Se não encontram trabalho como empregados, veem no trabalho autônomo uma oportunidade, muitas vezes com necessidade de se formalizar”, explicou William Kratochwill, analista do IBGE.
Desalento em queda e destaque para o setor público
O número de desalentados – pessoas que desistiram de procurar trabalho – caiu para 2,89 milhões, o menor nível desde 2016. Segundo o IBGE, a melhora nas condições do mercado de trabalho contribuiu para o retorno dessas pessoas à busca por emprego.
Entre os setores da economia, apenas o grupo de administração pública, educação, saúde e assistência social registrou crescimento no número de ocupados (alta de 3,7% em relação ao trimestre anterior), puxado pela retomada de atividades com o início do ano letivo.
Mercado aquecido resiste a juros altos
Apesar do cenário de juros elevados, com a taxa Selic em 15% ao ano, os dados mostram que o mercado de trabalho permanece aquecido e resiliente. Para Kratochwill, os efeitos da política monetária ainda não impactaram de forma significativa o nível de emprego.
“Observando os dados, está claro que o mercado de trabalho continua avançando, resistindo. A tendência é de novas quedas na taxa de desocupação, mas isso vai depender das políticas econômicas adotadas”, avaliou.
Atualmente, a inflação oficial acumulada em 12 meses está em 5,32%, acima da meta do governo, que tem teto de 4,5%.
Fonte: Agência Brasil
Por: M3 Comunicação