
Carlos Bolsonaro, Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem foram indiciados pela PF pelo caso 'Abin paralela'. Fotos: Sergio Lima/AFP; Carolina Antunes/PR; e Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados.
Última modificação em 17 de junho de 2025 às 12:00
A Polícia Federal concluiu a investigação sobre um suposto esquema de espionagem montado na Abin e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho dele, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). O relatório final da PF contém os nomes de mais de 30 pessoas.
O documento final foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal) com apurações que apontam um esquema criminoso que teria ocorrido ao longo do governo Bolsonaro, quando Ramagem era diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
O relatório final pede o indiciamento do ex-presidente, do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho dele, do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que chefiou o órgão na administração anterior e até de integrantes da agência no governo Lula (PT), por obstrução de Justiça.
Segundo a investigação da Polícia Federal, Ramagem, que foi diretor da Abin durante o governo de Bolsonaro, estruturou um esquema de espionagem ilegal de pessoas consideradas adversárias pelo governo do ex-presidente.
Já o deputado Carlos Bolsonaro é apontado como o chefe do “gabinete do ódio”, que usava as informações obtidas ilegalmente pela agência paralela para atacar publicamente os alvos por meio das redes sociais.
Bolsonaro, segundo os investigadores, sabia e se beneficiava do esquema. Já a atual direção da Abin teria agido para obstaculizar as apurações, que se desenrolaram sob o atual governo.
Bolsano e Remagem negam
Durante live com os filhos em janeiro do ano passado, o ex-presidente disse que a “tal da Abin paralela” não existiu e que as informações dos serviços de inteligência não chegavam para ele.
Já Ramagem acusou a Polícia Federal de “fazer alvoroço” em cima do caso, em entrevista ao UOL em julho de 2024. Segundo ele, as conclusões da PF têm “ilações rasas e conjecturas”.
Carlos Bolsonaro afirmou que o seu indiciamento pela PF tem motivação política, aponta O Globo.
A Abin informou que não iria se manifestar.
Próximos passos
STF definirá se Bolsonaro e seus aliados se tornarão réus. O plenário da Corte, que reúne os 11 ministros, decidirá por maioria simples se abre ou não uma ação penal contra os acusados. Se abrir, Bolsonaro e os demais se tornarão réus, e a ação terá início. Ao final do processo, eles serão condenados ou absolvidos pelo Supremo
Fonte: UOL / O Globo
Por: M3 Comunicação