
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,43% no mês, após alta de 0,56% em março. Foto: Reprodução
Última modificação em 9 de maio de 2025 às 10:25
A inflação oficial do Brasil registrou uma leve desaceleração em abril, embora os preços de alimentos e itens de saúde continuem pressionando o orçamento das famílias. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,43% no mês, após alta de 0,56% em março.
No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 5,53%, ligeiramente acima dos 5,48% registrados em março, e ainda distante do centro da meta do Banco Central, que é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O principal impacto no índice de abril veio do grupo Alimentação e Bebidas, com alta de 0,82% – apesar de ter mostrado desaceleração em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 1,17%.
Os produtos que mais pesaram no bolso do consumidor foram batata-inglesa (18,29%), tomate (14,32%), café moído (4,48%) e lanche (1,38%). A alimentação no domicílio subiu 0,83%, enquanto a fora de casa teve aumento de 0,80%.
“O grupo alimentação é o de maior peso no IPCA, por isso, mesmo desacelerando, exerce impacto importante. Em abril, observamos também um maior espalhamento de taxas positivas no grupo, com índice de difusão passando de 55% para 70%, porém, envolvendo subitens de menor peso”, explicou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE.
Outro grupo que teve forte influência no índice foi Saúde e Cuidados Pessoais, que subiu 1,18%. A alta foi puxada pelo aumento de 2,32% nos preços de medicamentos, autorizado pelo governo no fim de março.
“O resultado é explicado pela autorização de reajuste de até 5,09% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março”, acrescentou Gonçalves.
Já o grupo Transportes registrou queda de 0,38%, revertendo a alta de 0,46% de março. O recuo foi impulsionado pelas quedas nas tarifas de passagens aéreas (-14,15%) e nos combustíveis (-0,45%).
A inflação de serviços, por sua vez, também desacelerou: de 0,62% em março para 0,20% em abril, acumulando alta de 6,03% em 12 meses.
Cenário econômico ainda é desafiador
Apesar da desaceleração pontual, o cenário inflacionário continua desafiador. O mercado de trabalho aquecido e a desvalorização do real frente ao dólar mantêm a inflação de serviços sob pressão. Além disso, incertezas no cenário internacional, como medidas tarifárias do governo dos EUA, seguem no radar dos analistas.
Para tentar conter o avanço dos preços, o Banco Central elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, levando os juros básicos da economia para 14,75% ao ano. A autoridade monetária indicou que poderá manter os juros em níveis elevados por mais tempo, dependendo da evolução dos indicadores econômicos até a próxima reunião, em junho.
O BC reforçou que pretende frear a atividade econômica para trazer a inflação de volta à meta de 3%.
De acordo com a última edição do Boletim Focus, divulgada pelo Banco Central, a expectativa do mercado é que a inflação feche 2025 exatamente em 5,53%, com a Selic mantida em 14,75% ao ano.
Fonte: CNN Brasil
Por: M3 Comunicação