
Lupi, que também preside o PDT, anunciou a saída por meio das redes sociais. Foto: Reprodução
Última modificação em 3 de maio de 2025 às 09:32
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, deixou o cargo nesta sexta-feira (2), após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em Brasília. Em seu lugar, assume o atual secretário-executivo da pasta e ex-deputado federal Wolney Queiroz. A nomeação será publicada em edição extra do Diário Oficial da Uniã, segundo informou o Planalto.
Lupi, que também preside o PDT, anunciou a saída por meio das redes sociais. No comunicado, disse tomar a decisão com “a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso, que apuram possíveis irregularidades no INSS”.
Ele afirmou que as apurações sempre contaram com apoio de sua gestão:
“Faço questão de destacar que todas as apurações foram apoiadas, desde o início, por todas as áreas da Previdência, por mim e pelos órgãos de controle do governo Lula. Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador”, escreveu.

Operação mira irregularidades no INSS
A saída ocorre uma semana após a deflagração de uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga um suposto esquema de descontos indevidos de mensalidades associativas em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A PF aponta que as irregularidades começaram em 2019, na gestão de Jair Bolsonaro, e se estenderam nos anos seguintes.
Na mesma publicação, Lupi reforçou que seguirá colaborando com o governo federal:
“Continuarei acompanhando de perto e colaborando com o governo para que, ao final, todo e qualquer recurso que tenha sido desviado do caminho de nossos beneficiários seja devolvido integralmente”.
Ele também agradeceu os servidores com quem trabalhou: “Deixo meu agradecimento aos mais de 20 mil servidores do INSS e do Ministério da Previdência Social, profissionais que aprendi a admirar ainda mais nestes pouco mais de dois anos à frente da Pasta. Homens e mulheres que sustentam, com dedicação, o maior programa social das Américas”, escreveu.
Crise no INSS já causou outras exonerações
A crise no INSS já havia provocado a exoneração do então presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, além do afastamento de quatro dirigentes e de um policial federal lotado em São Paulo. Também levou parlamentares da oposição a protocolarem um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação dos sindicatos envolvidos no suposto esquema.
Lupi chegou a prestar depoimento à Comissão de Previdência da Câmara na última terça-feira (29), mas, pressionado, acabou deixando o cargo.
As investigações da PF identificaram indícios de irregularidades na cobrança de mensalidades associativas que movimentaram cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Auditorias da CGU e do próprio INSS, divulgadas após a operação, confirmaram inconsistências nos repasses.
Após a operação, o INSS suspendeu todos os descontos relacionados às entidades. Para recuperar os valores desviados, a Advocacia-Geral da União (AGU) criou um grupo de trabalho que se reuniu nesta sexta-feira com o advogado-geral da União, Jorge Messias; o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção; e o novo presidente do INSS, nomeado nesta semana.
Em pronunciamento no Dia do Trabalhador, o presidente Lula prometeu que os segurados prejudicados serão ressarcidos.
Fonte: Agência Brasil
Por: M3 Comunicação