
Ao todo, o país registrou 912,9 mil hectares queimados entre janeiro e março deste ano. Foto: Reprodução
Última modificação em 16 de abril de 2025 às 09:28
Apesar da queda expressiva nas queimadas em nível nacional, Roraima foi o estado com maior área afetada pelo fogo nos três primeiros meses de 2025, segundo dados pelo Monitor do Fogo, do MapBiomas. No período, 415,7 mil hectares foram consumidos pelas chamas no estado — quase metade do total nacional.
Ao todo, o país registrou 912,9 mil hectares queimados entre janeiro e março deste ano. Isso representa uma redução de 70% em relação ao mesmo período de 2024, quando o fogo atingiu 2,1 milhões de hectares.
Entre os municípios mais afetados, dois estão em Roraima: Pacaraima, com 121,5 mil hectares queimados, e Normandia, com 119,1 mil hectares. O Pará aparece em segundo lugar no ranking estadual, com 208,6 mil hectares queimados, seguido pelo Maranhão, com 123,8 mil.
Segundo o pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Felipe Martenexen, a liderança de Roraima se deve ao seu padrão climático.
“Roraima vivencia sua estação seca no início do ano, o que torna o estado particularmente vulnerável às queimadas nesse período. Os dados do primeiro trimestre de 2025 refletem essa sazonalidade climática, com Roraima despontando como o principal foco de fogo no país”, explicou.
Do total nacional de áreas atingidas, 78% são de vegetação nativa. A maior parte da vegetação consumida (43%) é formada por campos naturais, especialmente vulneráveis ao fogo.

Biomas: Amazônia ainda lidera em extensão queimada
Embora tenha registrado uma queda de 72% em relação ao primeiro trimestre de 2024, a Amazônia foi o bioma mais atingido em área: 774 mil hectares queimados, representando 78% do total nacional.
Outros biomas apresentaram comportamento diferente. O Cerrado, por exemplo, teve aumento de 12% nas queimadas em relação ao ano anterior, com 91,7 mil hectares atingidos — valor 106% acima da média histórica desde 2019.
A pesquisadora Vera Arruda, do MapBiomas Fogo, alerta para a importância de estratégias específicas para cada região.
“A ocorrência do período de chuvas contribui para essa diminuição das queimadas. No entanto, o Cerrado se destacou com a maior área queimada no primeiro trimestre em comparação aos últimos anos, o que reforça a necessidade de estratégias específicas de prevenção e combate ao fogo de cada bioma.”
Também registraram crescimento nas áreas queimadas a Mata Atlântica (18,8 mil hectares, +7%) e o Pampa (6,6 mil hectares, +1,4%). Já o Pantanal e a Caatinga apresentaram redução nas áreas atingidas pelo fogo: 10,9 mil hectares (-86%) e 10 mil hectares (-8%), respectivamente.
A diretora de Ciência do Ipam e coordenadora do MapBiomas Fogo reforça que o cenário ainda exige atenção. “É importante entendermos que a estação seca de 2025, que se aproxima, possivelmente ainda será forte, o que pode reverter essa condição de redução”, alertou.
Março representou 10% das queimadas no trimestre
Somente em março, o fogo atingiu 106,6 mil hectares no Brasil — 10% do total do primeiro trimestre. O número representa uma queda de 86% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram registrados 781,5 mil hectares queimados.
Na divisão por biomas em março, a Amazônia queimou 55,1 mil hectares; o Cerrado, 37,8 mil; a Caatinga, 2,2 mil; a Mata Atlântica, 9,2 mil; o Pampa, 1,5 mil; e o Pantanal, 561 hectares.
Fonte: Agência Brasil
Por: M3 Comunicação