
Além do cenário internacional, outros fatores como a renovação dos estoques devem contribuir para a queda nos preços. Foto: Geraldo Bubniak/AEN/Divulgação
Última modificação em 10 de abril de 2025 às 11:17
A recente queda nos preços globais das commodities (bens primários com cotação internacional) deve pressionar ainda mais para baixo os preços dos alimentos nas próximas semanas. A avaliação é do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que fez a declaração nesta quarta-feira (9).
Segundo ele, além do cenário internacional, fatores como a renovação dos estoques e a diminuição da demanda por ovos após a Páscoa também devem contribuir para a queda nos preços.
“Hoje, eu recebi um dado do varejo e do atacado para a carne bovina. No varejo, ela já caiu e, no atacado, caiu muito mais. É o tempo de consumir o estoque pelo preço antigo, vai cair mais ainda no varejo, como já está se mostrando no atacado. Isso serve para óleo de soja, para arroz, para feijão. Após a Páscoa, os preços dos ovos também venham a ceder um pouco”, declarou Fávaro.
Fávaro destacou que os efeitos positivos começam a aparecer como resultado das medidas adotadas pelo governo para estimular a produção agrícola, sem recorrer à intervenção direta nos mercados.
“A gente está muito confiante de que, com as medidas tomadas de forma ortodoxa, sem nenhum tipo de pirotecnia, de estímulo à safra brasileira, os preços dos alimentos vão ceder na ponta para o supermercado, para o consumidor, mais do que hoje”, acrescentou.
Plano Safra 2025-2026
Na tarde desta quarta-feira, Fávaro se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir o Plano Safra 2025-2026, que começa a vigorar em 1º de julho. A prioridade, segundo o ministro, será garantir a subvenção das linhas de crédito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).
“A ideia é que a gente gaste o máximo possível de recursos do Tesouro para manter o Pronamp nos níveis atuais, com juros de 8% ao ano. Mas isso requer muito mais recursos do Tesouro”, disse Fávaro.
Atualmente, o Plano Safra conta com R$ 65 bilhões destinados à equalização de juros. Com a taxa Selic em 14,25% ao ano, manter os juros do programa em patamar de um dígito depende de maiores subsídios do Tesouro, que cobre a diferença entre os juros praticados no mercado e as taxas oferecidas no plano.
Crédito para grandes produtores
Para os grandes produtores, o Ministério estuda ampliar o acesso a linhas de crédito atreladas ao dólar. Como boa parte da produção desse segmento é exportada e segue preços internacionais, a variação cambial representa menos risco.
“A linha dolarizada tem custo zero para o Tesouro, mas juros ainda abaixo de 10% [ao ano], sendo praticado hoje em 8,5% ao ano e custo da variação cambial para produtores que têm hedge natural [proteção contra o câmbio]. Serão as linhas gerais do novo Plano Safra para que possamos ter um Plano Safra maior que o do ano passado, apesar da Selic elevada”, afirmou Fávaro.
O ministro também disse que já houve reunião com o Banco do Brasil e que pretende conversar com outras instituições financeiras que operam crédito rural para aumentar a oferta dessas linhas dolarizadas.
Fonte: Agência Brasil
Por: M3 Comunicação