
Última modificação em 14 de março de 2025 às 11:23
Franciany Veras encontrou na arte uma forma de expressão e transformação. Advogada, economista e apaixonada pelo teatro, ela lançou um livro que nasceu da necessidade de aliviar a ansiedade durante a pandemia. “Devaneios de uma Assessora Jurídica” conta alguns casos de histórias reais que passaram por Franciany
📲 Siga nosso canal no Whatsapp e fique por dentro de todas as notícias
Agora, leva sua escrita para as telas com a adaptação de seus contos para o audiovisual. Em entrevista ao Papo M3 Realidades, ela contou sobre sua trajetória, desafios e próximos projetos.
Do Direito para a Literatura
A escrita sempre esteve presente na vida de Franciany. Desde criança, escrevia histórias, mas nunca as finalizava. Foi durante a pandemia que essa paixão ganhou força. Em meio ao caos, trabalhando de casa e lidando com a ansiedade, ela decidiu preencher o tempo escrevendo.
“Eu queria ocupar a mente, então comecei a escrever sobre algo que conhecia bem: minha experiência na assessoria jurídica da Defensoria Pública. Percebi que muitas histórias do sistema prisional não eram conhecidas pelo público, e quis contar esses relatos pelo lado humano, não apenas pelo jurídico”, explicou.
Os contos, inspirados em fatos reais, abordam o impacto do encarceramento não apenas para os presos, mas para suas famílias. O que começou como um escape virou um livro, graças ao incentivo de seu então chefe, que escreveu o prefácio e motivou Franciany a publicar a obra.

Do Livro para as Telas
Com o sucesso do livro, surgiu a vontade de dar vida a essas histórias. Inicialmente, Franciany imaginava suas narrativas no teatro. Mas com o lançamento do edital da Lei Paulo Gustavo, percebeu uma oportunidade de levar sua escrita ao audiovisual.
“Quando vi que havia incentivo para curtas-metragens, pensei: ‘Por que não?’ Escolhi cinco contos que seriam viáveis para adaptação e os transformei em roteiro. Enviei para o edital e fui contemplada”, contou.
Além de roteirista e diretora, ela também atua no curta, reforçando sua conexão com a arte. Apesar dos desafios de adaptação, Franciany buscou ser fiel ao livro, fazendo apenas ajustes necessários para a linguagem cinematográfica.
Os Próximos Passos: Teatro e Novos Projetos
Além do audiovisual, Franciany está prestes a realizar um sonho antigo: a estreia de sua peça infantil “E Agora, Vamos Resgatar o Tesouro?”, escrita em 2013.
“Naquela época, percebi que as crianças estavam muito ligadas às telas e se afastando das brincadeiras tradicionais. Escrevi essa peça para resgatar esse universo lúdico. Hoje, em 2025, vejo que ela é ainda mais atual”, destacou.
O espetáculo estreia nos dias 22 e 23 de março, às 19h, no Teatro Municipal na Sala Roraimira, com entrada gratuita. O público pode levar 1 kg de alimento opcional para doação a projetos sociais que atendem crianças carentes.
Mulheres na Arte e no Direito
Franciany também comentou sobre os desafios de ser mulher nos espaços jurídico e artístico. Apesar de avanços, reconhece que ambos os meios ainda são dominados por homens.
“Nós, mulheres, precisamos nos posicionar como protagonistas de nossas histórias. Não é questão de ser melhor ou pior que os homens, mas de caminhar lado a lado, mostrando que temos capacidade e voz”, enfatizou.
Para quem deseja ingressar na escrita ou no audiovisual, o conselho é simples: “Apenas comece.”
“Deixe o medo de lado. Dê o primeiro passo. As coisas acontecem no momento certo. Acredite nos seus sonhos e siga em frente.”

Por: Papo M3 Realidades