
Comitê do Nobel justifica a escolha de Corina por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos. Foto: REUTERS/JEAMPIER ARGUINZONESPROI
Última modificação em 10 de outubro de 2025 às 10:11
O Comitê Norueguês anunciou nesta sexta-feira (10) que a líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado é a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025. Segundo o comitê, ela foi reconhecida “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia.”
Motivos da premiação e elogios do Comitê
Em comunicado oficial, o comitê ressaltou que Machado é “um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos.”
O presidente do Comitê, Jørgen Watne Frydnes, afirmou:
“Quando os autoritários tomam o poder, é crucial reconhecer os corajosos defensores da liberdade que se levantam e resistem.”
Ele ainda acrescentou:
“A democracia depende de pessoas que se recusam a permanecer em silêncio, que arriscam dar um passo em frente apesar dos graves riscos…”
Contexto político e trajetória de Machado
Maria Corina Machado tornou-se símbolo da resistência ao regime de Nicolás Maduro. Ela já enfrentou perseguição política, processos judiciais e ameaças.
Nas eleições presidenciais de 2024, ela teve sua candidatura barrada pelo governo. Por isso, apoiou o nome de Edmundo González Urrutia como candidato da oposição.
Desde então, vive ocultada, em clandestinidade, por conta das ameaças de prisão e repressão.
Em janeiro, na véspera da posse de Maduro, ela foi detida ao participar de uma manifestação e, em seguida, liberada.
Disputa política — reivindicações eleitorais
O regime de Maduro se autoproclamou vencedor das eleições presidenciais, mas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), sob forte suspeita de controle governamental, nunca divulgou integralmente as atas eleitorais.
Por sua vez, a oposição apresentou as atas fornecidas por mesários e defende que González Urrutia obteve maioria dos votos — posição que recebeu reconhecimento de diversos países, sobretudo dos Estados Unidos.
O Prêmio Nobel da Paz de 2025 — no valor de 11 milhões de coroas suecas — será entregue em 10 de dezembro, em Oslo, na Noruega, data que marca a morte de Alfred Nobel.
No entanto, o Comitê declarou que não há certeza se Machado poderá comparecer à cerimônia, devido à sua atual condição de ocultamento e às ameaças que enfrenta.
Repercussão internacional e simbologia
A escolha de Maria Corina Machado chamou atenção global e foi interpretada como um ato de reconhecimento à luta democrática venezuelana em meio à repressão autoritária.
O Conselho da Europa, por exemplo, emitiu congratulações à venezuelana, lembrando que ela já havia sido agraciada com o Prêmio Václav Havel de Direitos Humanos em 2024 — sendo a primeira latino-americana a receber essa honraria.
Organizações internacionais de democracia e paz também destacaram o simbolismo da premiação e o momento político da Venezuela.
Fonte: Reuters/ Agência Brasil
Por: M3 Comunicação Integrada