
Em um período de 12 meses, o centro socioeducativo vivenciou duas tentativas de rebelião entre os internos. Foto: Reprodução
Última modificação em 10 de setembro de 2025 às 10:24
O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) instaurou um inquérito civil para apurar a falta de profissionais treinados e equipados para intervir em situações de rebelião no Centro Socioeducativo Homero de Souza Cruz Filho (CSE), localizado em Boa Vista. A portaria que autoriza a investigação foi assinada pelo promotor André Nova no dia 8 de setembro e publicada na edição desta quarta-feira (10) do Diário Oficial do órgão.
A unidade, voltada ao atendimento de adolescentes envolvidos em atos infracionais, foi palco de duas tentativas de rebelião no intervalo de um ano.
A primeira ocorrência foi registrada em 19 de outubro de 2024, quando um grupo de novos internos provocou tumulto logo após ser admitido no centro. Eles rasgaram colchões e bateram nas portas dos alojamentos, gerando confusão. A Polícia Militar precisou ser acionada para controlar a situação.
Em decorrência desse episódio, o Ministério Público denunciou dois jovens de 18 anos pelos crimes de dano ao patrimônio público, apologia ao crime, ameaça e corrupção de menores.
O segundo caso aconteceu em 12 de janeiro deste ano, quando três adolescentes danificaram janelas, portas e cadeiras na área destinada às atividades esportivas da instituição. Dois menores ficaram feridos. Novamente, a PM interveio com o apoio de agentes socioeducativos.
Operação Fio da Meada
Ainda em janeiro, a Polícia Civil deflagrou a Operação Fio da Meada, que teve como foco a investigação de ameaças feitas contra servidores públicos por meio das redes sociais. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Boa Vista e Alto Alegre, nas residências de adolescentes suspeitos.
As investigações foram motivadas pelas rebeliões no CSE e pelas ameaças dirigidas a um oficial da Polícia Militar e ao diretor da Unidade de Semiliberdade do Sistema Socioeducativo. Também havia indícios de participação dos adolescentes em reiteradas infrações graves.
Apesar da tentativa dos suspeitos de ocultar suas identidades com números de telefone falsos, a Polícia Civil identificou cinco envolvidos. Durante as buscas, foram apreendidos celulares, notebooks, pendrives e anotações, que agora passam por análise dos investigadores.
Fonte: MPRR
Por: M3 Comunicação